Um segundo bebê que nasceu com o vírus da Aids pode ter sido curado da infecção por ter sido tratado logo após o nascimento. O caso foi revelado nesta quarta-feira (5) por médicos em uma conferência sobre Aids em Boston, nos EUA. A menina nasceu no subúrbio de Los Angeles em abril passado, um mês depois de pesquisadores anunciarem o primeiro caso do tipo no Mississippi.
O bebê de Mississippi agora tem 3,5 anos e parece estar livre do HIV, apesar de não ter recebido nenhum tratamento por cerca de dois anos. A criança de Los Angeles ainda está recebendo medicamentos antirretrovirais e, portanto, ainda não é possível ter certeza de que se trata de mais um caso de "cura funcional", como os médicos o descreveram no ano passado.
O termo "cura funcional" é usado porque não se trata de uma erradicação do vírus, mas sua presença é tão débil que o sistema imunológico tem condições de controlá-lo sem qualquer tratamento antirretroviral, segundo pesquisadores.
Uma série de testes sofisticados repetidos várias vezes sugerem que o bebê de Los Angeles teve o vírus zerado, afirmou à "Associated Press" a virologista Deborah Persaud, da Universidade Johns Hopkins, que realizou os exames. Os resultados, segundo ela, são diferentes do que os médicos veem em pacientes cujas infecções foram simplesmente suprimidas por um tratamento bem sucedido.
Uma equipe de virologistas dos Estados Unidos anunciou o primeiro caso de cura funcional da Aids, envolvendo uma criança que nasceu com o HIV transmitido pela mãe. Não se trata de uma erradicação do vírus, mas sua presença é tão débil que o sistema imunitário do organismo está em condições de controlá-lo sem qualquer tratamento antirretroviral, explicaram os pesquisadores
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"Nós não sabemos se o bebê está em remissão, mas parece isso", disse Yvonne Bryson, especialista em doenças infecciosas da Mattel Children Hospital UCLA, que teve informações sobre o caso. Os médicos estão cautelosos em dizer que ela foi curada, mas essa é a esperança deles.
Bryson é uma das líderes de um estudo financiado pelo governo que irá investigar se o tratamento precoce realmente pode curar a infecção pelo HIV. Cerca de 60 bebês dos EUA e de outros países receberão terapia agressiva e deixarão de tomar os remédios se depois de um certo período, provavelmente dois anos, os exames indicarem que a infecção não está ativa.
A maioria das mães infectadas pelo HIV nos EUA, assim como no Brasil, recebe medicamentos anti-Aids durante a gravidez , o que reduz muito as chances de transmitir o vírus para seus bebês. Mas a mãe do bebê de Mississippi não havia recebido nenhum cuidado pré-natal, pois seu HIV foi descoberto durante o parto. Os médicos iniciaram o tratamento 30 horas após o nascimento, mesmo antes de os testes confirmarem que ela estava infectada.
Já a mãe do bebê de Los Angeles, que nasceu no Hospital Infantil Miller, de Long Beach, sabia do vírus, mas não estava tomando os medicamentos, de acordo com Audra Deveikis, especialista em doenças infecciosas pediátricas no hospital.
A mãe recebeu os remédios durante o trabalho de parto, para tentar impedir a transmissão do vírus, e o tratamento no bebê teve início quatro horas após o nascimento. Mais tarde, testes confirmaram que a criança havia sido infectada.
(Com Associated Press)Leia mais em: http://zip.net/bgmHwM
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