O programa Mais Médicos selecionou 41 médicos comunitários brasileiros recém-formados na Venezuela, mesmo sem cumprir todos os requisitos do Ministério da Saúde. Os selecionados concluíram a graduação pela Escola Latino-Americana de Medicina (Elam) Dr. Salvador Allende, criada em 2007 pelo então presidente Hugo Chávez. Boa parte dos médicos é ligada a organizações de esquerda como o PT e MST. Os recém-formados precisariam ter trabalhado como médico rural por um ano ou dois anos de internato para que o ministro assinasse os diplomas. Sem isso, eles não podem fazer especialização, nem atuar na medicina privada. Segundo disse o presidente do Colégio de Médico de Caracas à Folha de S. Paulo, Fernando Bianco, eles são “médicos incompletos”. Para participar do Mais Médicos, é necessário que os médicos brasileiros formados fora do país comprovem "habilitação para exercício da medicina no exterior", o que não foi cumprido pelos selecionados. O treinamento do grupo começou nesta semana e durará 25 dias. Eles serão enviados para 14 estados brasileiros. O programa de médicos comunitários tem sido criticado na Venezuela por irregularidades normativas, improvisos e falta de professores qualificados. A Elam também não está inscrita no Ministério de Educação Universitária, e o diploma dos brasileiros é da Universidade Nacional Experimental Rómulo Gallegos (Unerg), em San Juan de los Morros, a 180 km de Caracas, onde fica a Elam. O diploma foi entregue em uma cerimônia com a participação do presidente Nicolás Maduro.BN
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