Os jornalistas Aline Bronzati, Beatriz Bulla e Elizabeth Lopes, da Agência Estado, acabam de informar que
o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, que também é sócio da gestora Gávea Investimentos, afirmou esta manhã que a economia brasileira vive atualmente um momento de grande frustração e grave perigo. Além de uma menor disciplina, o País perdeu transparência nas políticas fiscal e econômica, segundo ele. Ele falou tudo isto durante palestra no seminário "20 anos depois do Plano Real: um debate sobre o futuro do Brasil". Fraga criticou o abuso do governo na utilização das instituições financeiras oficiais, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, que adotaram políticas anticíclicas na oferta de crédito para estimular o crescimento da economia enquanto os pares privados eram mais seletivos. Segundo ele, essa medida gerou um grave impacto distributivo e alocativo.
"Tivemos sérias consequências em termos de produtividade. O dinheiro mal investido pode dar problema. A questão da intermediação financeira é importante", avaliou ele, em seu discurso.
De acordo com Fraga, o momento que o Brasil atravessa deixa "muito claro" que há na política monetária um grau enorme de voluntarismo. No entanto, ele reforçou que o quadro é de muita incerteza e desembocou num desequilíbrio entre demanda e oferta. "A consequência foi a elevação do prêmio de risco a ponto termos juro real de longo prazo medido pelas NTN-Bs de 7%, que é um juro astronômico", destacou ele.
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