Mesmo com todas as tentativas do governo de barrar a criação de uma comissão externa para investigar denúncias de pagamento de propina a funcionários da Petrobras, a Câmara dos Deputados aprovou a proposta hoje (11), por 267 votos a favor, 28 contra e 15 abstenções. O governo ainda tentou barrar a iniciativa da oposição por meio de um requerimento pela retirada da proposta, mas o plenário rejeitou o pedido e os parlamentares mantiveram em pauta a proposta da oposição.
A oposição comemorou a aprovação da proposta, que teve o apoio do PMDB, um dos partidos da base aliada ao governo. "É fundamental a aplicação do Congresso Nacional na fiscalização dessas coisas que aparecem e que dizem respeito a denúncias graves, como esta contra a Petrobras, que é um patrimônio do povo brasileiro", disse o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA).
Com a criação da comissão, os deputados devem ir à Holanda para acompanhar a apuração das denúncias de irregularidades relacionadas à Petrobras. Segundo a oposição, funcionários da estatal receberam propina da empresa holandesa SBM Offshore, que aluga plataformas flutuantes a companhias petrolíferas. Imbassahy informou que a oposição já definiu os nomes de dois deputados para compor a comissão: Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Fernando Francischini (SDD-PR).
A aprovação da comissão foi o lance decisivo na crise instalada entre a bancada do PMDB na Câmara e o Palácio do Planalto, gerada por impasses na liberação de emendas parlamentares e na formação de alianças regionais para a eleição deste ano.
No domingo (9) e na segunda-feira (10), a presidenta Dilma Rousseff se reuniu com líderes do PMDB para tratar da reforma ministerial e dessas aliança. O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), não foi chamado para nenhuma das reuniões e o gesto foi entendido pela bancada como uma tentativa de isolar o parlamentar fluminense, que tem reclamado da postura do governo.
Como resposta, hoje durante reunião da bancada, os peemedebistas disseram que votariam a favor da aprovação da comissão. Segundo Cunha, amanhã (12), os parlamentares do PMDB vão votar a favor do requerimento de convite para que a presidenta da Petrobras, Graça Foster, compareça à Câmara para prestar esclarecimentos.
O líder informou que, também amanhã, os peemedebistas votarão requerimento pela convocação do ministro da Saúde, Arthur Chioro, para comparecer à Câmara.
Já o líder do governo Arlindo Chinaglia (PT-SP), informou que os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, deverão comparecer amanhã à Câmara para falar aos deputados sobre o que o governo tem feito para apurar as denúncias referentes à Petrobras.
De acordo com Chinaglia, os ministros vão ao gabinete da presidência para informar aos líderes partidários do governo e da oposição e ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), as iniciativas tomadas pelo governo no caso da Petrobras, inclusive no plano internacional.
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