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segunda-feira, 17 de março de 2014

Cálculo para reajuste do salário mínimo pode mudar a partir de 2015

Nos cálculos do governo, o trabalhador brasileiro teve um ganho real de 73,35% em seus rendimentos nos últimos 10 anos, graças aos reajustes do salário mínimo. Esse percentual — superior ao aumento de preços no período — é resultado de uma fórmula que leva em conta a inflação e o resultado do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) dos dois anos interiores; mas ela só vale até 2015.

Vence no próximo ano a lei que regula o reajuste, e ainda não se sabe como esse cálculo passará a ser feito. Economistas e representantes dos trabalhadores têm opiniões divergentes quanto ao cálculo que deverá ser usado para calibrar o aumento do salário.

Enquanto as centrais sindicais defendem a manutenção da atual política, os economistas desdenham, por acreditar que a melhor forma de garantir ganho real ao trabalhador é o controle da inflação. De acordo com estimativa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), 48,2 milhões de pessoas têm o rendimento atrelado ao salário mínimo.

Para Robson Gonçalves, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), o impacto do mínimo na Previdência Social tem sido muito grande — e tem gerado um desequilíbrio nas contas públicas. O economista sugere que o controle da inflação é mais eficaz para garantir o ganho do trabalhador.

"Vincular o mínimo à atual regra tem uma intenção muito boa. O problema é o impacto que gera na Previdência. Depois dos ganhos reais, poderíamos passar alguns anos apenas corrigindo o valor pela inflação. A melhor forma de sustentar o ganho real seria diminuir a inflação. Tem que trocar as regras que engessam o mínimo pelo controle da inflação".

Segundo o especialista, o reajuste dado todo início de ano é corroído pela inflação ao longo dos meses. Já a CUT (Central Única dos Trabalhadores) não aceita mudanças no cálculo. Para o ex-presidente e atual secretário de Relações Internacionais da entidade, João Felício, mudar as regras seria um retrocesso.

" Não aceitaremos nenhuma mudança. Estamos vivendo um dos melhores momentos da história do salário mínimo. O argumento de que (o salário mínimo) é inflacionário não se justificou. Não aceitaremos nenhum retrocesso e não vamos retroceder. É o salário mínimo que está impulsionando a economia".

Segundo estatísticas da CUT, o aumento do mínimo beneficia 58,2% dos trabalhadores da região Nordeste e 44,2% dos trabalhadores da região Norte. Fonte: Com informações do R7/Por: Larice Sena/http://180graus.com

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