Do G1, em São Paulo
A agência de classificação de risco Standard and Poor's rebaixou, nesta quarta-feira (26), as notas de crédito de 13 instituições financeiras brasileiras – entre elas, grandes bancos estatais e privados, seguradoras e o BNDES. A perspectiva de rating foi colocada como estável, ou seja, não estão previstos novos rebaixamentos no curto prazo.
Os ratings globais de outras 17 instituições financeiras e os nacionais de 26 foram colocados em observação com implicações negativas, o que significa que podem ser rebaixados.
Tiveram suas notas reduzidas Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Caixa Econômica Federal, Itaú-Unibanco, Bradesco, Itaú BBA, Santander, HSBC, Citibank, Banco do Nordeste do Brasil, Allianz Global, Sul América e Sul América Companhia Nacional de Seguros.
O rebaixamento das notas das instituições se segue ao corte no rating do Brasil. Na segunda-feira (24), a S&P cortou o rating do Brasil para "BBB-", a faixa mais baixa da categoria de grau de investimento, ante "BBB", com perspectiva estável.
No dia seguinte, a agência indicou que não vê novo rebaixamento para o Brasil, destacando que isso só acontecerá se os indicadores externos tiverem forte deterioração e se o governo romper seu compromisso com políticas pragmáticas.
"Reduzir os ratings de novo é realmente um cenário que nós não estamos contemplando. Estamos confiantes com o Brasil dentro da categoria de grau de investimento", disse, na ocasião, a analista da agência Lisa Schineller em uma conferência telefônica com analistas e jornalistas. Segundo a analista, os parâmetros da economia brasileira "ainda estão no lugar".
Menor transparência e subsídios para energia
A analista da agência também falou sobre a menor transparência na execução fiscal entre os dados citados para a redução do rating brasileiro. A dinâmica do setor elétrico também foi pesada na decisão, com os subsídios para adiar a alta nas contas de luz.
Segundo Lisa, a redução reflete a deterioração fiscal vista nos últimos anos em um cenário de menor crescimento econômico.
“A credibilidade sobre a política fiscal perdeu força recentemente”, disse. Ela apontou que houve piora no grau de transparência da política fiscal do país, sustentada em fatores temporários de arrecadação.
A analista lembrou que o governo anunciou recentemente cortes no orçamento, mas afirmou que “não será fácil atingir o superávit formal” pretendido pelo governo, “sem recurso a algum tipo de ajuste, dado o baixo crescimento”.
Pesou, ainda, na redução da nota, o julgamento da correção das poupanças pela Justiça, que pode determinar que os bancos arquem com supostas perdas nas cadernetas com os planos econômicos das décadas de 1980 e 1990.
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