Por que umas pessoas são mais picadas que as outras pelos pernilongos? Sangue doce, como dizem? Tudo indica que não.
Pesquisadores descobriram uma espécie de “capa” que os humanos podem usar pra não serem notados por mosquitos.
Os cientistas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e da Universidade de Regensburg, na Alemanha, perceberam que algumas substâncias existentes na pele humana conseguem bloquear o olfato de mosquitos e sua capacidade de perceber a presença de pessoas.
É o caso do composto 1-methylpiperazine. Ele faz com que os mosquitos não sintam o cheiro da pessoa que libera essa substância.
Com a descoberta podem ser dados grandes passos na produção de repelentes, cosméticos, loções, para ambientes, ou mesmo para roupas.
A ideia dos cientistas é usar esses ingredientes para fabricar uma nova classe de repelentes, mais eficientes que as atuais.
“Nós estamos explorando uma abordagem diferente, com substâncias que enfraquecem o olfato do mosquito. Se ele não consegue perceber que o jantar está pronto, não sofreremos com seus zumbidos ou suas picadas”, diz ao Correio Braziliense Ulrich Bernier, cientista do USDA.
Ele apresentou os resultados dos experimentos durante o 246º Encontro Nacional da Sociedade Americana de Química, na semana passada em Indianápolis, no estado de Indiana.
O grupo trabalha para desenvolver uma composição química que não seria aplicada diretamente na pele, mas borrifada no ambiente.
“Repelentes têm sido a principal forma de prevenir picadas de mosquitos. Os produtos à base de DEET são bastante eficientes e vêm sendo usados há muito tempo. No entanto, algumas pessoas não gostam da sensação ou do cheiro deles”, completa Bernier.
DEET, ou dietiltoluamida, é a substância mais usada para combater os mosquitos atualmente.
O composto interfere nos receptores sensoriais dos insetos e inibe o seu desejo de picar.
Pernilongos
Mais do que incômodos, os pernilongos são transmissores de doenças potencialmente fatais, como a malária, a dengue ou a febre amarela.
As fêmeas de mosquitos, as que mais atacam, não se alimentam de sangue, mas precisam dele pra uma proteína que lhes permite produzir ovos férteis.
Elas conseguem sentir o odor humano a uma distância de até 30 metros.
A pesquisa
Os experimentos foram feito com uma gaiola, lançando diversas substâncias químicas da pele humana pra ver quais atraíam o maior número de insetos.
O ácido lático, comum no suor, atraiu cerca de 90%, enquanto outras substâncias não geraram qualquer reação da parte dos mosquitos – a isso se dá o nome de anosmia, a incapacidade de sentir odores.
Com informações da Veja e Correio Braziliense.
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