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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Políticos se dividem em relação ao projeto que acaba com biografias

Se em torno da aprovação do projeto de lei que alterou as regras sobre direitos autorais reinava a união entre os artistas, na atual discussão, sobre liberdade para publicar biografias, a classe rachou. Cantores, compositores, escritores e empresários têm feito lobby, principalmente pelas redes sociais, alimentando a polêmica que se arrasta há duas semanas. Uma divisão que se reflete também na Câmara dos Deputados, onde há uma proposta que derruba qualquer tipo de censura a obras sobre pessoas públicas.

Depois de aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em abril, a matéria deveria seguir diretamente para o Senado, mas foi barrada pela apresentação de um recurso, assinado por 71 parlamentares. Eles querem que o tema passe, primeiro, pelo plenário da Câmara.

Vem do PDT, com quase 30% das 71 assinaturas do recurso, o maior apoio contra o projeto que libera a publicação de biografias, independentemente de autorização prévia do biografado ou dos herdeiros, ao alterar dispositivos do Código Civil. Os demais parlamentares que endossaram a posição contrária estão espalhados por 12 partidos, sobretudo os menores. Entre eles estão o pastor Marco Feliciano (PSC-SP), Jaqueline Roriz (PMN) e Ronaldo Caiado (DEM-GO).

Anthony Garotinho (PP-RJ) anunciou que retiraria o nome dele da lista. Se mais 21 parlamentares fizerem o mesmo, o projeto será encaminhado ao Senado, sem precisar passar pelo plenário. Mas o vice-líder do PDT e autor do recurso, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), disse que orientará o partido a votar no sentido de dificultar a análise.

“Primeiro por uma questão regimental. Essa matéria não está no rol das que podem tramitar de forma terminativa (ir para o Senado sem passar pelo plenário). No mérito, também sou contra, porque a Constituição que determina a liberdade de expressão, de pensamento e de realização de atividades artísticas também estabelece a inviolabilidade da imagem e da privacidade das pessoas. Hoje, você não precisa pedir autorização (para publicar uma biografia), mas pode ter a obra retirada de circulação, determinada por um juiz, caso se sinta ofendido. Será que o Brasil está pronto para avançar tanto, dando licença absoluta nesse sentido?”, questiona Marcos Rogério.

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