Ontem, o Google anunciou seus resultados financeiros do terceiro trimestre. A receita atingiu 14,9 bilhões de dólares e o lucro, 2,9 bilhões de dólares, aumento de 36% em relação ao mesmo período no ano passado. A cifra é resultado no aumento de anúncios vendidos para clientes – o volume maior compensou com sobra as perdas na queda de 6% no valor destes anúncios.
No meio da numeralha, há algumas informações interessantes sobre a maior pontocom do planeta. O YouTube continua sua jornada em direção a tablets e smartphones: agora, 40% do seu tráfego é móvel, contra apenas 6% há dois anos. Mesmo com o lançamento do Moto X, enaltecido como um dos melhores smartphones com Android, a Motorola continua dando prejuízo ao Google – neste trimestre foram 248 milhões de dólares.
Isto tudo, porém, é curiosidade. O número que importa, dos ganhos no fim do trimestres, foi tão bom que animou o investidor, esta espécie que só sorri quando o lucro cresce. Na manhã desta sexta, as ações do Google abriram com valorização acima de 12%. No momento em que este post é escrito, cada papel vale mais de mil dólares, algo inédito para o Google. Nos últimos meses, ele vinha brigando com a Microsoft pela vice-liderança do setor de tecnologia em termos de valor de mercado (a Apple está na ponta). A partir de hoje, o segundo lugar é seu com uma certa gordura(beneficiado, vale lembrar, pela recente instabilidade da Microsoft).
Os ótimos resultados têm nome e sobrenome: Larry Page (o homem com o olhar maroto acima). Desde que o cofundador reassumiu o comando, o Google vem atravessando um momento dourado. Page afinou a operação da empresa, até inflada com projetos que rendiam manchetes mas não saiam do chão (como o Google Health), criou um novo laboratório para investir no desenvolvimento de tecnologias inovadoras, o Google X, comprou a Motorola para melhorar a capacidade de produção de hardware da empresa e, principalmente, aumentou o poder comercial do Google.
Nota-se pelos bons resultados financeiros que esta última investida tem dado muito certo. O que paga todas estas contas são os anúncios. O Google é uma empresa de publicidade: 91% da sua receita neste trimestre veio da venda de anúncios e o balanço divulgado ontem mostra que a empresa continua como o alvo a ser batido por rivais, liderados pelos Facebook.
Na semana em que Page assumiu o posto de CEO, o Google tinha valor de mercado de 186 bilhões de dólares. Com o aumento de ontem, o buscador já vale 333 bilhões de dólares. Se continuar nesta toada, o Google poderá dobrar de valor em menos de três anos. Sob a batuta de Page, a empresa tem pago as contas e remunerado investidores com seu negócio velho de guerra, a venda de publicidade, enquanto gasta dinheiro tentando arrumar outros negócios que lhe garantam um futuro ainda mais dourado, como os carros que se dirigem sozinhos ou os óculos inteligentes. É mais ou menos o que se esperava dele: que devolvesse o espírito de startup sem prejudicar o negócio bilionário do Google. Investidores agradecem. http://colunas.revistaepocanegocios.globo.com
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