"Voluntários" da campanha que elegeu a presidente Dilma Rousseff, em 2010, afirmam ter recebido dinheiro pelo trabalho realizado no segundo turno da eleição. Apesar de o trabalho ser cadastrado como prestadores de serviço sem remuneração na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) , ao menos 12 pessoas ouvidas pela reportagem da Folha em Mato Grosso e no Piauí dizem nunca ter atuado de graça. O motoboy Fernando Araújo Matos, 23, de Teresina (PI), é um deles. Ele rodava a cidade em sua moto com bandeiras da então candidata petista. "No segundo [turno] fiquei só com a Dilma. Recebi R$ 300 e o tanque de gasolina", afirmou. O nome dele e de outros cabos eleitorais aparecem em declarações individuais de "trabalho voluntário" assinadas, nas quais eles atestam estar cientes da "atividade não remunerada". As declarações fazem parte da documentação entregue à Justiça Eleitoral, que considera "doador" quem presta serviço espontâneo. A reportagem da Folha identificou ao menos 43 "trabalhadores voluntários" na prestação de contas da campanha, que custariam cerca de R$ 20 mil além do total declarado ao TSE. Doze deles foram localizados pela reportagem. Efetuar pagamentos de campanha e não declará-los oficialmente à Justiça Eleitoral é crime de caixa dois. O PT nega a prática e diz que suas contas foram aprovadas. A campanha de Dilma registrou a arrecadação de R$ 135 milhões e despesas de R$ 153 milhões. BN
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