É a ditadura que sustenta o chavismo na Venezuela; não é o chavismo que sustenta a ditadura. Não se trata de mero jogo de palavras. Houvesse uma disputa em igualdade de condições, o presidente ilegítimo e ilegal que está no poder, o bolivariano Nicolás Maduro, seria derrotado na eleição deste domingo pelo opositor Henrique Capriles. E assim seria porque a sociedade venezuelana é muito menos “chavista” do que se pode entender à distância. Por isso mesmo, o regime ditatorial se encarregou de criar um arcabouço legal que torna a derrota das forças do governo muito difícil.
Sim, existem regimes ditatoriais que contam com apoio popular esmagador. Foi o que se viu com os vários fascismos na Europa no século passado. “Se o povo apoia, ainda assim, é ditadura?” Perguntem a Hitler. Perguntem a Mussolini. A adesão da maioria é um dado que costuma estar presente nos regimes democráticos, mas ela, por si, não define a democracia, que se caracteriza por um conjunto de valores bem mais amplo — entre eles, o respeito à minoria. Pode até acontecer, e é muito frequente, de um governo democrático ser bastante impopular. No caso daqueles regimes europeus do século 20, podia-se dizer, sem sombra de dúvida, que era o fascismo — DO POVO!!! — que sustentava as ditaduras. Caso elas tivessem promovido eleições livres e limpas, os facínoras teriam vencido.
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