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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Presidente do BB diz que lucro do banco em 2012 foi resultado da redução dos juros

O lucro obtido pelo Banco do Brasil em 2012 é resultado de estratégia baseada na redução da taxa de juros, disse hoje (21) o presidente da estatal, Aldemir Bendine, durante a divulgação dos resultados do ano passado. De acordo com ele, a empresa percebeu que a nova taxa básica de juros da economia teria impacto sobre o modelo tradicional de crédito do país.


“O banco captou rapidamente essa tendência e implementou um programa de redução de taxa de juros muito forte e foi indutor desse movimento no mercado. Com isso, conseguimos capturar uma grande base de clientes que passaram a acreditar nesse programa do banco. Isso acabou resultando neste resultado recorde para a história do Banco do Brasil”.

De acordo com os dados, o Banco do Brasil obteve um lucro líquido de R$ 3,967 bilhões no período de outubro a dezembro do ano passado, o que representa um aumento de 33,5%, quando comparado a igual período de 2011, e de 45,5% sobre o trimestre anterior. No ano, o valor soma R$ 12,2 bilhões, uma alta de 0,7% em 12 meses.

O total de ativos da instituição cresceu 17,2% e chegou a R$ 1,15 trilhão. Em relação ao trimestre anterior, houve evolução de 4,2%. O bom desempenho continua sendo puxado pela ampliação da carteira de crédito, que alcançou R$ 581 bilhões, uma expansão de 9,1% sobre o trimestre anterior e de 24,9% em 12 meses.

Os números mostram ainda que o Banco do Brasil, que já era líder na concessão de crédito, conseguiu aumentar a participação no mercado ao passar de 19,2% (no quarto trimestre de 2011) para 20,4% em igual período do ano passado. A alta no crédito levou a instituição a fechar o ano de 2012 com um lucro líquido recorde de R$ 12,2 bilhões. As operações de crédito atingiram R$ 581 bilhões, volume 24,9% maior que o de 2011.

No caso das operações destinadas a pessoas físicas, o saldo ficou em R$ 115,6 bilhões, com alta de 25,9% sobre o mesmo período de 2011 e de 7,1% sobre o trimestre anterior. A maioria (74,1%) refere-se a financiamentos classificados como operações de baixo risco, a exemplo de crédito consignado, CDC Salário, financiamento de veículos e crédito imobiliário.

O maior crescimento do crédito ocorreu nas operações de financiamento de veículos (134,9%), seguido do crédito consignado, com alta de 20,4%. Já para a compra de imóveis, segmento que passou a ser explorado pelo banco em 2008, o saldo no fechamento do ano ficou em R$ 12,9 bilhões, uma expansão de 68,5%. No quarto trimestre, o movimento atingiu R$ 3,1 bilhões - volume 89% acima do registrado no mesmo período de 2011. Os negócios com pessoas físicas somaram R$ 1,9 bilhão, e com pessoas jurídicas, R$ 1,2 bilhão.

De acordo com Bendine, os segmentos de imóveis e veículos não eram tão explorados pelo Banco do Brasil. “O banco investiu nesses segmentos em um momento em que estava havendo muito recuo no mercado desses financiamentos. O banco usou sua base de clientes e acabou tendo êxito muito forte”.

Ao mesmo tempo, ocorreu queda nos índices de inadimplência. A taxa de compromissos não honrados por um período superior a 90 dias passou de 2,19% (no terceiro trimestre) para 2,05% (no quarto trimestre), enquanto no sistema financeiro nacional o percentual aumentou de 3,6% para 3,64% no período.

Bendine ressaltou que a inadimplência aparece em queda porque Banco do Brasil elabora seus planos de forma que possa oferecer condições privilegiadas, o que atrai bons clientes. “Diante disso, vemos um reflexo muito forte no comportamento da nossa carteira. O Banco do Brasil tradicionalmente sempre teve a menor inadimplência do sistema financeiro. Quando se faz uma expansão, mas com critério, com cuidado, acaba-se atingindo esse bom crédito”, disse.

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