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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Áudio mostra que médica de Curitiba estaria "tranquila para assassinar"


Desde que foi revogado, na última segunda-feira, o segredo de Justiça que impedia a divulgação de detalhes da investigação de supostos assassinatos na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, trechos de interceptações telefônicas começaram a vir à tona. As conversas, gravadas pela Polícia Civil mediante autorização judicial, aconteceram entre a médica Virgínia Helena Soares de Souza, presa desde o dia 19, e colegas de UTI.
Em um dos áudios, chama a atenção a forma como a médica supostamente comemora o óbito de um paciente: “Esse foi caprichado, né?”, diz Virgínia, e um colega médico responde: “Esse foi. Quadro clínico bonito, caprichou. Bem na hora que nós estamos tranquilos”. A médica replica: “Nós estamos com a cabeça bem tranquila para assassinar, para tudo, né?”.
Para o advogado de Virgínia, Elias Assad, a sua cliente está sendo condenada antecipadamente e sem provas. “Eles pinçaram frases isoladas, fora de contexto. A parte em que a Virgínia e outro médico dizem que tentaram de tudo, mas não conseguiram salvar um paciente, não saiu”, questiona Assad. Ele deu entrada ontem em um pedido de habeas corpus para que a cliente responda às acusações em liberdade.

“Foi o menor habeas corpus que escrevi em 33 anos de carreira. O que eu peço é tão contundente que não preciso falar mais do que uma página”, explica o advogado. Assad alega que as mortes questionadas tiveram o mesmo atestado de óbito, tanto no hospital, quanto no Instituto Médico Legal, e nenhuma exumação adicional foi feita durante as investigações. O advogado afirma que não existem provas no inquérito para incriminar a médica.
Apesar de ter recebido autorização judicial para infiltrar um agente na UTI e investigar o uso de substâncias ou técnicas, não detectáveis em perícia, que causariam a morte dos pacientes, a delegada responsável pelo caso, Paula Brizola, não teria utilizado o recurso, de acordo com nota divulgada ontem pela Polícia Civil do Paraná. O texto diz que “a execução da medida se tornou inviável do ponto de vista operacional, optando-se pela interceptação telefônica autorizada judicialmente”.

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