O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse em entrevista à agência de notícias Reuters que o governo não deixará que o dólar volte ao patamar de 1,85 real e está disposto a intervir no mercado de câmbio para impedir que isso aconteça. Dentre as medidas que o governo poderá adotar, Mantega citou a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de ingresso de moeda estrangeira no país e a compra de dólares no mercado.
"O ideal é que não houvesse intervenção, mas isso é sonho. Agora, se houver de novo uma tendência especulativa, se o pessoal se animar: 'vamos puxar esse câmbio para 1,85', aí estaremos de novo intervindo", disse o ministro. "Posso comprar mais reservas e posso reconstituir os IOFs (que foram reduzidos)", disse, acrescentando que o dólar está flutuando em uma faixa adequada. Na avaliação do ministro, contudo, "o câmbio está flutuando mais ao sabor do mercado" e "encontrou faixa de flutuação razoável".
O dólar rompeu no final de janeiro o piso de uma banda informal de 2 a 2,10 reais que vigorou durante boa parte de 2012, e o mercado interpretou esse movimento como um sinal de preocupação com a inflação. Desde então, o dólar tem ficado em torno de 1,98 real. Nesta sexta-feira, a moeda chegou a ser negociada no período da manhã a 1,95 real
Inflação - Mantega voltou a negar que esse tipo de controle informal do câmbio visa segurar a escalada atual da inflação, cujo pico, em sua análise, foi atingido em janeiro. "A projeção é de que janeiro foi o pico. Eu não tenho projeção até dezembro, mas nos próximos meses a inflação vai para baixo", afirmou. Indagado sobre a opinião do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que a inflação preocupa e que seu nível recuará apenas no segundo semestre, Mantega disse: "Por isso é que nós somos independentes, a opinião dele pode ser diferente da minha".
O ministro disse que espera para fevereiro uma inflação mais baixa em decorrência da contribuição da redução da tarifa de energia elétrica, que segundo ele, ficará entre 0,4 e 0,5 ponto porcentual, além de recuo nos preços dos alimentos. Para o ano como um todo, ele disse esperar que a inflação fique inferior a 5,6%. De http://veja.abril.com.br
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