Nesta segunda (11), o papa Bento 16 anunciou sua renúncia ao cargo, que ficará vago no dia 28 de fevereiro, por considerar que não tem mais condições físicas de exercer o pontificado.
Na lista dos principais "papáveis", figuram dois brasileiros: João Braz de Aviz, 65, e Odilo Pedro Scherer, 63.
Enquanto Aviz é visto como mais inclinado à caridade e aos pobres --embora não seja ligado à Teologia da Libertação--, Scherer é considerado conservador no Brasil, mas como moderado no resto do mundo.
Entre os principais candidatos, também se encontram o canadense Marc Ouellet, o ministro da cultura do Vaticano, Gianfranco Ravasi, o conservador Angelo Scola, ambos italianos, e o ganense Peter Turkson.
Confira lista de sucessores em potencial ao pontificado:
João Braz de Aviz, (Brasil, 65) trouxe ar fresco para o departamento do Vaticano para congregações religiosas quando ele assumiu em 2011. Ele apoia a preferência para os pobres na teologia da libertação da América Latina, mas não os excessos de seus defensores.
Timothy Dolan, (EUA, 62) tornou-se a voz do catolicismo dos EUA depois de ser nomeado arcebispo de Nova York, em 2009. Seu humor e dinamismo impressionaram o Vaticano, onde as duas coisas estão em falta. Mas cardeais estão receosos de um "superpapa" e seu estilo pode ser norte-americano demais para alguns.
Marc Ouellet, (Canadá, 68) é o chefe da Congregação para os Bispos. Ele disse uma vez que se tornar papa "seria um pesadelo". Apesar de bem relacionado, o secularismo generalizado de sua Québec nativa poderia atrapalhá-lo.
Gianfranco Ravasi, (Itália, 70) é ministro da Cultura do Vaticano desde 2007 e representa a Igreja para o mundo da arte, ciência, cultura e até mesmo para ateus. Este perfil poderia prejudicá-lo se os cardeais decidirem que precisam de um pastor experiente em vez de outro professor como papa.
Leonardo Sandri, (Argentina, 69) nasceu em Buenos Aires de pais italianos. Ele deteve o terceiro posto mais alto do Vaticano como chefe de gabinete em 2000-2007, mas não tem experiência pastoral.
Odilo Pedro Scherer, (Brasil, 63) é considerado o mais forte candidato da América Latina. Arcebispo de São Paulo, a maior diocese do maior país católico, ele é conservador no Brasil, mas considerado moderado nos demais lugares. O rápido crescimento das igrejas protestantes no Brasil poderia pesar contra ele.
Christoph Schoenborn, (Áustria, 67) é um ex-aluno de Bento com um toque pastoral que o pontífice não tem. O arcebispo de Viena foi classificado como "papável" desde a edição do catecismo da Igreja na década de 1990.
Angelo Scola, (Itália, 71) é arcebispo de Milão, um trampolim para o papado, e muitos italianos apostam nele. Especialista em bioética, ele também conhece o Islã como chefe de uma fundação para promover a compreensão entre muçulmanos e cristãos. Sua densa oratória pode irritar cardeais que buscam um comunicador carismático.
Luis Tagle (Filipinas, 55) tem um carisma muitas vezes comparado com o do falecido papa João Paulo 2º. Ele também é próximo ao papa Bento depois de trabalhar com ele na Comissão Teológica Internacional. Embora tenha muitos fãs, ele só se tornou cardeal em 2012.
Peter Turkson (Gana, 64) é o principal candidato africano. Chefe do escritório de justiça e paz do Vaticano, é o porta-voz da consciência social da Igreja e apoia a reforma financeira mundial. Com informações de TOM HENEGHAN, da Reuters
Nenhum comentário:
Postar um comentário