O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) pediu uma restituição de R$ 10 mil ao Senado por um serviço que uma produtora de vídeo diz não ter prestado para ele. A nota foi apresentada com a data de 17 de novembro de 2012 por Renan, que é favorito para ser eleito presidente do Senado no mês que vem.
A justificativa para esse gasto é a divulgação de sua atividade parlamentar. O Senado não discrimina qual serviço exatamente foi feito. A nota entregue por Renan é atribuída à Ovni Áudio e Video Produções. Ela tem como sócios o diretor da rádio Gazeta de Alagoas, Gilberto Lima, e o filho dele, Gilberto Júnior. A emissora é do senador Fernando Collor (PTB-AL). Procurado para comentar que serviço prestou, Gilberto Lima afirmou: "Eu não fiz nada para o senador Renan Calheiros, por enquanto. Quando a gente fez foi na campanha, não foi agora". Segundo ele, o serviço prestado na campanha não foi por meio da Ovni, mas pela P&P Inteligência de Marketing, que tem Gilberto Júnior como sócio. A empresa recebeu R$ 1,2 milhão da campanha do senador em 2010, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Após a campanha, em novembro de 2010, a P&P passou a receber dinheiro da verba indenizatória do Senado (cota dos parlamentares para gastos como consultoria, divulgação do mandato e aluguel de imóvel para escritório). Ao todo, até outubro de 2012, ganhou R$ 244,5 mil. O senador negou que estivesse usando dinheiro público para pagar dívidas de sua campanha. Afirmou que se referia a consultoria. Após a Folha questionar o gabinete do senador, no fim de 2012, sobre o contrato com a P&P, Renan não apresentou mais notas fiscais dela. No lugar, entrou a Ovni. O Senado ainda não divulgou os dados referentes a dezembro.
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