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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O maior risco para o país é o governo


É impressionante a capacidade do governo de destruir uma credibilidade construída com tanto esforço por tantos anos. Ao anunciar as últimas manobras para cumprir a meta de superavit primário de 2012, entre elas, o saque de R$ 12 bilhões do Fundo Soberano, o Ministério da Fazenda simplesmente enterrou o que lhe restava de credibilidade no mercado e dentro do próprio governo (pelo menos no grupo que ainda prima pela seriedade).

Não adianta a presidente Dilma Rousseff ir à tevê, fazer discursos bonitos em cerimônias pomposas no Palácio do Planalto, conclamando o empresariado a investir no país, e, ao mesmo tempo, explicitar que não tem nenhum compromisso com o ajuste fiscal, ponto vital para a estabilidade da economia. Quem, em sã consciência, fará desembolsos vultosos sabendo do risco do descontrole fiscal para a inflação, que já aponta para 6% ao ano?

O governo de Dilma Rousseff está empurrando o país para um caminho perigoso. A meta de inflação, de 4,5% ao ano, já foi abandonada. O compromisso de economizar 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para o pagamento de juros da dívida pública sem artifícios contábeis desapareceu. O sistema de câmbio flutuante virou um tabelamento claro de cotações do dólar pelo Banco Central.

Foram esses três pilares que permitiram ao governo Lula promover a bem-sucedida política social, que reduziu as desigualdades no país. Agora, o que se vê, é uma administração descompromissada com esse tripé. Não à toa, entregará o terceiro ano de crescimento medíocre. O resultado do PIB no governo Dilma será pior do que o de Fernando Henrique Cardoso, que tanto os petistas gostam de criticar.

Os investimentos produtivos não voltarão com a força desejada, porque o país tem hoje uma grande ameaça. E ela é clara: o próprio governo. Portanto, não adianta a presidente Dilma reclamar. Ninguém é mais culpada por todos os problemas que o Brasil está vivendo agora do que ela.

A continuar esse quadro de instabilidade, de incertezas, de desconfiança, mais à frente o preço a pagar será o aumento do desemprego. Se esse quadro se confirmar, será tarde para agir. E as urnas vão dizer isso bem claro.

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