O Movimento Nacional da População de Rua (MNPR) e a prefeitura de Salvador contabilizam um aumento de 40% da população de rua no mês de dezembro. Reportagem do Correio mostra que o crescimento é por conta da busca de doações no período natalino. “São pessoas que vão para as ruas em busca de apoio. Também começam a chegar pessoas de outras cidades e do interior por conta do Carnaval e festas de largo”, explica a presidente do MNPR, Maria Lúcia Pereira. De acordo com a dirigente, os locais mais procurados na capital baiana são o Centro, Comércio, Largo dos Mares, Roma e Aquidabã. “São os pontos onde mais ocorrem doações. A maioria dessas pessoas é mulher porque elas querem um natalzinho melhor. Há também um grande número de crianças”, revelou. De acordo com o último relatório do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), elaborado em 2008 pela Pesquisa Nacional sobre População de Rua e ainda usado hoje pela prefeitura de Salvador, há um público de 3.289 pessoas nas ruas da capital baiana. A presidente do MNPR salienta que a contagem da população de rua não leva em conta o período entre dezembro e março. “Tudo por conta dessas festas. Tem gente que fica para catar latinha, ser flanelinha, mas não é morador. Estão em situação de rua”, ponderou. Segundo a coordenadora de proteção especial da Secretaria Municipal do Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão (Setad), Daniela Cova, as pessoas são levadas às ruas por vários motivos. “Não é uma causa apenas, é um somatório. Tem os conflitos familiares, as drogas, o desemprego, a questão da habitação. Tem gente que, por conta do envolvimento com o tráfico, é obrigado a deixar sua casa e vai parar na rua”, observa. “No Natal, aumenta pela mendicância. As pessoas vêm de cidades do entorno, se instalam até o Natal e às vezes estendem até o Carnaval”. BN
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