Menos 180 mil árvores derrubadas em seis anos, devido à produção de uma única fábrica. Esta é a matemática que rege um novo setor que está crescendo cada vez mais no Brasil. Eles demonstram que para ter imóveis de qualidade não é necessário desmatar um bem tão precioso como as árvores. A solução? Madeira plástica.
Bem semelhante à natural, as vantagens de adquirir este tipo de material vão além dos benefícios causados pelo simples fato de poupar árvores. Resistente ao sol, frio e maresia, a madeira plástica tem, em média, meio século de vida. E são 50 anos com muito pouco desgaste, uma vez que o material é impermeável, fácil de limpar, manusear, já vem envernizado, não dá cupim, mofo nem apodrece.
Se na hora do consumo a madeira plástica possui vantagens em relação a convencional, a fabricação do material não deixa a desejar. Em geral, a madeira é composta por uma combinação de plástico reciclável e algum outro material, como o pigmento e compostos químicos, ou ainda fibras vegetais. São quatro tipos de composições possíveis, conforme a porcentagem de madeira, PVC, polietileno e fibras usados na mistura. E já há fábricas que dispensam a utilização de água na produção.
Assim, uma mesa de madeira plástica pode muito bem ter sido um frasco de xampu e casca do coco em sua “vida passada”. Ponto para o meio ambiente, pois, além de preservar árvores em pé, retira de circulação embalagens plásticas prejudiciais ao ecossistema e reaproveita materiais que teriam o lixo como destino.
Mercado
Apesar das vantagens, a indústria de madeira plástica ainda é tímida no País. Desconhecida e com menos de uma década de vida, o setor continua a ser liderado, com folga, pela madeira convencional. Mas segue em expansão. Pioneira no Brasil, a empresa Ecoblock viu sua produção pular de 150 para 500 toneladas mensais desde que começou, há oito anos.
O valor é um pouco mais elevado do que a madeira natural, em média 30%. No entanto, em algumas regiões, o custo chega a ser comparável com o da madeira de lei, garante a consultora da empresa Ecoblock, Gabriela Borges. Além disso, pagar mais no momento da compra pode significar economia a longo prazo, uma vez que o material praticamente não exige manutenção.
De acordo com Gabriela, a sustentabilidade do produto agrega valor, mas não é o fator principal para os consumidores optarem pela alternativa. “Em geral, os clientes compram por ser mais durável”, afirma.
Contudo, ela conta ainda que a preocupação com meio ambiente é uma marca do setor. “O que para os outros é lixo, para a gente é matéria-prima. Mas o Brasil ainda não tem uma mentalidade da reciclagem”, lamenta.
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