247 – Logo no início dos Jogos Olímpicos de Londres, a presidente Dilma Rousseff visitou o Centro de Mídia da Record, que adquiriu os direitos de transmissão de Londres 2012. Lá, teve uma reunião reservada com Edir Macedo, dono da emissora, e com os dirigentes do PRB, partido da base aliada que, em São Paulo, lançou o candidato Celso Russomano. O assunto foi a eleição municipal em São Paulo e o pedido feito a Dilma foi um só: neutralidade.
Nem seria preciso. Uma semana antes, numa reunião com o Conselho Político, que reúne os líderes de todos os partidos da base, a presidente Dilma assumiu um compromisso: o de não se envolver nas eleições municipais, onde houver candidatos de várias siglas aliadas – mesmo que a disputa fosse considerada estratégica pelo PT. A questão foi colocada por Jovair Arantes, que é líder do PTB, e candidato à prefeitura de Goiânia contra o atual prefeito, Paulo Garcia, que é do PT.
Apesar dessa promessa, muitos avaliavam que Dilma se envolveria em algumas disputas. No entanto, ela decidiu honrar o compromisso, mesmo na cidade de São Paulo. Uma nota publicada na coluna Holofote, de Otávio Cabral, informa que, na capital paulista, a presidente não irá gravar comerciais para Fernando Haddad. Isso porque o candidato já teria imagens ao lado de Dilma, do tempo em que foi ministro da Educação. A razão, no entanto, é outra. Dilma recebeu o pedido do PRB, para não se envolver na disputa, e também do vice Michel Temer, do PMDB, que apoia Gabriel Chalita.
Essa política eleitoral, no entanto, pode frear a ascensão de Haddad em São Paulo. Na mais recente pesquisa do Ibope, Russomano alcançou 25% das intenções de voto e colou em José Serra, que tem 26%. Haddad permaneceu estancado em 6%. Até agora, ele não conquistou o apoio explícito de Marta Suplicy e Lula, em recuperação do seu tratamento contra o câncer, limitará sua participação na campanha à televisão. Nesse contexto, o distanciamento de Dilma pode fazer falta.
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