247 – O ex-presidente Lula virou tábua de salvação para os sindicalistas envolvidos na greve dos servidores públicos federais. Um grupo foi até ele com um pedido de recado à presidente Dilma Rousseff, no sentido de aliviar no endurecimento em relação ao movimento. A postura do governo, que ainda não apresentou uma proposta de reajuste salarial para as categorias envolvidas, à exceção dos professores universitários, significou o recrudescimento do movimento e cenas de radicalização. Na quarta-feira 8, houve conflito de grevistas com a polícia na Esplanada dos Ministérios, a pouca distância do Palácio do Planalto. Em recinto fechado, durante a Conferência Nacional do Trabalho e Emprego Decente, o ministro Gilberto Carvalho foi vaiado.
O governo se debate entre duas linhas de ação diante do recrudescimento da greve dos servidores públicos federais, com extensão nacional e adesão de categorias estratégicas como a Polícia Federal. Nas contas dos sindicalistas 26 categorias, com 350 mil trabalhadores, participam do movimento. O enfrentamento direto foi tentando nos últimos dias, apesar do fechamento acordo para reajuste salarial em relação aos professores universitários. A mensagem geral da administração foi a de não negociar, o que radicalizou a greve. Agora, no entanto, está falando mais alto a alternativa de reabertura de negociações. A presidente Dilma Rousseff orientou pelo endurecimento em relação aos grevistas, mas os riscos para sua imagem de boa administradora já começam a entrar nas contas políticas do Palácio do Planalto.
A ministra Miriam Belchior, do Planejamento, é a líder da tropa governista. Sua estratégia sempre foi a de ganhar tempo, o que teve como resposta o alongamento e o adensamento da greve. "Preferimos uma análise mais detida para apresentar uma proposta responsável aos servidores", disse a ministra na quarta-feira 8, enquanto servidores aglomeravam na Esplanada dos Ministérios, onde houve conflito com policiais. “A posição do governo é de absoluta atenção" em relação aos serviços afetados pelas greves. "Precisamos garantir que os serviços sejam prestados, para que não haja paralisia nas instituições, como nos portos, para evitar qualquer comprometimento na prestação dos serviços."
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