Rayder Bragon Do UOL, em Belo Horizonte
A punição imposta ao goleiro Bruno Souza, réu em processo sobre sumiço de Eliza Samudio, sua ex-amante, terminou nesta semana. Neste sábado (4), o jogador recebeu a visita da noiva, a dentista carioca Ingrid Oliveira, na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG). Ele e mais sete pessoas vão a júri popular, ainda sem data definida, pelo sumiço da vítima.
No dia 16 de julho, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) havia proibido Bruno de receber visitas e tomar banho de sol diário por 20 dias em razão de uma carta escrita por ele e enviada pelos advogados a um programa da TV Alterosa, afiliada do SBT em Minas Gerais.
A punição começou no dia 13 do mês passado, quando o goleiro havia sido suspenso do trabalho de faxina que exercia na penitenciária. Ainda conforme o órgão, o jogador poderá retomar o trabalho se assim desejar.
De acordo com a secretaria, a carta não teria passado pelos trâmites normais da unidade prisional. No texto enviado, o goleiro afirmou não ter ordenado a morte de Eliza, fez referências a Deus e disse que vai assumir a paternidade do filho da jovem. O goleiro disse ainda que paga por um crime que não cometeu e que seu maior erro teria sido confiar em "algumas pessoas", sem citar nomes.
“O detento Bruno Fernandes cometeu erro disciplinar ao ignorar as regras de segurança do Complexo Penitenciário Nelson Hungria e enviar, fora dos trâmites legais, uma carta ao público externo à unidade, por meio de seu advogado. Como é de conhecimento de todos os presos, as correspondências precisam passar por um departamento específico, para registro e conferência de teor, com o objetivo de resguardar a segurança da sociedade e da unidade prisional”, afirmou a Seds em nota.
Defesa nega irregularidade
O advogado Francisco Simim, que atua na defesa do goleiro ao lado de Rui Pimenta, havia rebatido o posicionamento da Seds quando foi anunciada a primeira punição a seu cliente. Segundo Simim, a carta escrita por Bruno à emissora de TV foi lida por agentes penitenciários antes de sair da unidade prisional.
"Nós até chamamos o diretor do presídio para acompanhar a feitura da carta, mas fomos informados que ele estava ocupado e não poderia comparecer. Nós não saímos com ela escondida de lá. Os agentes penitenciários leram a carta e nos devolveram. Eu fiz esse procedimento", afirmou.
O advogado disse ter enxergado no episódio uma forma de retaliação ao jogador por conta de uma outra carta, publicada pela revista Veja, na qual o jogador teria pedido ao amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, que também está detido, para assumir a morte de Eliza.
"A outra carta saiu de lá sem ninguém saber. Eu acho que foi por isso que ocorreu [retaliação]. E ele [Bruno] não merece isso. Foi uma oportunidade que ele teve de provar à população que ele é inocente [enviando a carta à emissora de TV]", disse Simim.
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