Tecnicamente empatado com o candidato republicano, Mitt Romney, na maioria das pesquisas de intenção de voto, o presidente Barack Obama implantou nesta sexta-feira uma mudança na política imigratória voltada diretamente para o eleitorado latino, que deve desempenhar papel crucial na disputa sobre quem ocupará a Casa Branca nos próximos quatro anos. O governo anunciou a suspensão imediata da deportação de jovens imigrantes ilegais sem histórico criminal que tenham chegado aos EUA quando crianças ou adolescentes e que não ofereçam riscos para a segurança pública e nacional. O grupo ainda vai ganhar visto para trabalho.
"Eles são americanos em seus corações, em suas mentes, em todos os sentidos, menos em um: no papel. Ponham-se no lugar deles. Imagine que você tenha feito tudo certo em toda a sua vida... Só que de repente enfrenta a ameaça de deportação. Não tem sentido expulsar jovens talentosos, que foram criado como americanos. A partir de agora, o Departamento de Segurança Interna está dando o primeiro passo para tirar a sombra da deportação da vida destes jovens. Somos uma nação melhor do que aquela que expulsa crianças inocentes e jovens", afirmou o presidente americano, durante discurso na Casa Branca.
A nova política deve afetar 1,4 milhão de imigrantes ilegais, de acordo com uma estimativa do Centro Hispânico Pew, além de responder a alguns dos objetivos do chamado Dream Act, um projeto há tempos debatido, mas nunca colocado em prática, para dar cidadania a jovens que entraram ilegalmente nos EUA, mas ingressaram em universidades ou serviram ao Exército americano. Durante o anúncio, Obama também pediu que o Congresso atue para oferecer melhores garantias aos jovens sem documentos, já que a medida é provisória.
"Eles são americanos em seus corações, em suas mentes, em todos os sentidos, menos em um: no papel. Ponham-se no lugar deles. Imagine que você tenha feito tudo certo em toda a sua vida... Só que de repente enfrenta a ameaça de deportação. Não tem sentido expulsar jovens talentosos, que foram criado como americanos. A partir de agora, o Departamento de Segurança Interna está dando o primeiro passo para tirar a sombra da deportação da vida destes jovens. Somos uma nação melhor do que aquela que expulsa crianças inocentes e jovens", afirmou o presidente americano, durante discurso na Casa Branca.
A nova política deve afetar 1,4 milhão de imigrantes ilegais, de acordo com uma estimativa do Centro Hispânico Pew, além de responder a alguns dos objetivos do chamado Dream Act, um projeto há tempos debatido, mas nunca colocado em prática, para dar cidadania a jovens que entraram ilegalmente nos EUA, mas ingressaram em universidades ou serviram ao Exército americano. Durante o anúncio, Obama também pediu que o Congresso atue para oferecer melhores garantias aos jovens sem documentos, já que a medida é provisória.
"Nos fortalecemos por ser uma nação de imigrantes. Digo repetidas vezes para o Congresso: enviem-me o Dream Act, coloquem-no na minha mesa, e eu vou passá-lo adiante imediatamente".
A proposta, no entanto, não abre caminho para a cidadania. Os jovens “poupados da deportação” têm direito a solicitar uma autorização de trabalho válida por dois anos, que pode ser renovada. A análise será feita caso a caso. Para ter direito ao benefício, é preciso viver no país há pelo menos cinco anos, ter chegado aos EUA até os 16 anos, não ter ficha criminal, estar cursando ou ter concluído o ensino médio e contar com dispensa do Exército.
"Estou feliz, mas cautelosa. E o que vai acontecer se as pessoas se assumirem imigrantes ilegais e as regras mudarem daqui a dois anos?", disse ao GLOBO Prerna Lal, estudante de direito de 24 anos, que nasceu em Fiji e chegou ao país quando era criança."Mas meu processo de deportação será suspenso, terei direito a documentos. Isso vai auxiliar muita gente a frequentar a faculdade, ter melhores oportunidades de trabalho e ajudar na recuperação da economia".
Lei não pode ser considerada anistia
O presidente americano é, paradoxalmente, o que mais deportou imigrantes até agora, com mais de 1,2 milhões, segundo dados oficiais. Apenas em 2011, o Serviço de Imigração expulsou 396.906 imigrantes do país, maior número da história desde a independência. De acordo com o Centro Hispânico Pew, “as deportações alcançaram níveis recordes e chegaram a uma média anual de quase 400 mil desde 2009, 30% mais do que a média durante o segundo mandato de George W. Bush e o dobro da média durante o primeiro mandato.
O anúncio da nova política de imigração de Obama foi feito uma semana antes do encontro do presidente com a Associação Nacional de Autoridades Latinas Eleitas e Indicadas, na Flórida. O republicano Mitt Romney, que deve sofrer mais tensão ainda por causa de suas políticas sobre os imigrantes, também deve falar ao grupo, na quinta-feira que vem.
"Essa concessão de uma ação protelada não é imunidade, não é anistia", afirmou Napolitano a repórteres em uma teleconferência logo após o anúncio."Ela vai nos ajudar a continuar a aperfeiçoar a imigração e garantir que recursos não sejam gastos na busca da remoção de casos de baixa prioridade que envolvem jovens produtivos".
O governo quer dar imunidade a imigrantes ilegais que entraram no país antes de completar 16 anos e têm menos de 30 atualmente. Eles ainda devem comprovar que estão nos EUA há mais de cinco anos contínuos, não têm histórico criminal, são formados em uma escola americana ou serviram ao Exército. Os imigrantes que cumprirem estes critérios poderão escapar da deportação e receberão um visto de dois anos, sujeito à renovação. Eles também poderão se candidatar a um visto de trabalho de dois anos, que poderá ser renovado infinitas vezes.
A nova medida é anunciada um ano depois de o governo divulgar que iria focar as deportações em casos de criminosos perigosos, imigrantes que são vistos como ameaça à segurança nacional e casos de grave violação das leis migratórias. A nova lei, no entanto, não garante um caminho para a cidadania americana, retirando apenas a ameaça de deportação e dando oportunidades de trabalho legal.
“Muitos desses jovens já contribuíram para o nosso país de maneira significativa”, escreveu Napolitano.
O republicano Lamar Smith, presidente da comissão do Poder Judiciário do Congresso, se apressou em criticar a nova medida. Ele disse que a decisão de Obama é “uma violação da fé” e que vai ter “consequências horríveis” para os desempregados americanos.
A inédita mudança acontece em ano eleitoral, e o voto hispânico promete ser decisivo nas disputas em Nevada, Flórida e Colorado. Apesar de ter a maioria do apoio dos latinos, o entusiamo dos hispânicos com o democrata caiu com a lenta recuperação econômica, a falta de capacidade de Obama em conseguir apoio no Congresso para avanços na política de imigração e a política até então agressiva de seu governo em relação à deportação.
O senador republicano da Flórida, Marco Rubio, recebeu com bons olhos a proposta, mas ressaltou que “trata-se de uma pequena solução para um problema muito grande”, informou o jornal “El País”.
Para se ter uma ideia do quão explosivo é o tema, um repórter interpelou o presidente enquanto ele comentava as novas regras, uma interrupção incomum em eventos na Casa Branca.
"Por que você favorece estrangeiros no lugar de trabalhadores americanos?", perguntou um homem identificado como Neil Munro, do site The Daily Caller, fundado por um comentarista conservador e por um conselheiro do ex-vice-presidente Dick Cheney.
Irritado, Obama respondeu que não era hora para perguntas.
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