Um erro logístico na distribuição dos cadernos de questões do concurso do Senado levou a Fundação Getulio Vargas (FGV) a anunciar o cancelamento das provas para os cargos de analista de suporte de sistemas e enfermeiro, aplicadas na tarde de hoje (11) para mais de 7,6 mil candidatos. As provas para os outros cargos continuam válidas.
Segundo um dos candidatos ouvidos pela Agência Brasil, o gerente de segurança de informação, Mário Higino Taveira de Almeida, 40 anos, os cadernos de prova para o cargo de analista de suporte de sistemas foram trocados pelos de analista de sistemas em pelo menos quatro salas da Faculdade de Ciências Sociais e Tecnológicas (Facitec), em Taguatinga (DF). De acordo com ele, havia ao menos 50 inscritos em cada turma.
Em nota divulgada há pouco, a FGV informa que o problema foi causado “por insuficiências técnicas (insuficiência de cadernos de provas em algumas salas)”. As provas serão reaplicadas em uma nova data que ainda será definida. Os inscritos serão comunicados oficialmente pelo correio.
“É desgastante. Pagamos caro pela inscrição [R$ 190] e eu esperava que [a prova] fosse tranquila, mas desde o início foi o contrário”, disse Almeida à reportagem. Segundo ele, na sua sala, o erro só foi constatado porque a correção de uma das questões, feita previamente no quadro-negro, não coincidia com o enunciado da prova.
“Acho que algumas pessoas já haviam notado a confusão [em vez de terem em mãos a prova para analista de suporte de sistemas, tinham a de analista de sistemas], mas ninguém falou nada. Só quando os fiscais chamaram a atenção para a errata é que a confusão começou”, acrescentou o candidato. De acordo com ele, foram quase duas horas de “informações desencontradas” até que os organizadores retirassem, com ajuda policial, as quatro turmas da faculdade, alegando que uma nova prova seria aplicada.
Muitos dos prejudicados deixaram o local e seguiram direto para a 21ª Delegacia de Polícia de Taguatinga, onde registraram boletim de ocorrência. Até o momento, mais de 20 pessoas já compareceram à delegacia.
Além de Almeida, o servidor público Salatiel Robson Barbosa de Oliveira, de 38 anos, também prestou queixa à polícia. Candidato ao cargo de analista de suporte de sistemas, Oliveira reforçou as críticas à “desorientação” dos funcionários, afirmando que até as 19h, colegas seus que concorriam ao mesmo cargo, mas que estavam em outras turmas, continuavam fazendo a prova.
“Após conversar com a coordenadora, a fiscal de sala pediu que começássemos a redação já que, segundo ela, o tema seria o mesmo. Só que não era. E muitos colegas meus ainda estão lá dentro, se desgastando com uma prova que já foi cancelada”, declarou Oliveira, para quem a decisão de anular a prova para os dois cargos é correta. “Agora é voltar na data marcada sem deixar o ritmo cair”.
Quase 158 mil candidatos de todo o Brasil disputam uma das 246 vagas do Senado, em um dos concursos públicos mais concorrido do país. Além da estabilidade, os salários iniciais entre R$ 13,8 mil e R$ 23,8 mil, dependendo do cargo, são os maiores atrativos. As provas foram aplicadas hoje (11) nas 26 capitais, além do Distrito Federal - durante a manhã para quem disputa uma vaga de técnico legislativo e, à tarde, para os que concorrem aos cargos de analista e consultor. Da Agência Brasil
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