Furlan critica discussão sobre a recriação da CPMF

JANAÍNA LAGE
DO RIO

O ex-ministro do Desenvolvimento Luiz Fernando Furlan criticou nesta quarta-feira as discussões em torno da eventual recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) no próximo ano.
Furlan afirmou que o governo não precisa da volta da CPMF quando tem registrados recordes seguidos na arrecadação. Ele participou hoje do primeiro dia de debates do Fórum Nacional, na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. Nesta edição o fórum discute o que é necessário fazer para tornar o Brasil um país desenvo
Atualmente Furlan é copresidente do conselho de administração da Brasil Foods (BRF). Ele disse que tem boas lembranças do governo, mas não sente saudades. Em tom de critica, disse que o país vai se tornar a sétima economia mundial "na base da inércia", mas que isso não será suficiente para torná-lo a quinta maior economia no futuro.
"Na minha experiência, percebi que o governo se move pelas emergências, o que é estratégico só fica importante quando se torna uma emergência. Governos não têm a visão econômica de custo-benefício que as empresas têm. (...) Já vi muitas vezes boas ideias chegarem a Brasília e serem solenemente recebidas e colocadas numa pilha, numa prateleira e nada acontecia", disse.
Segundo Furlan, é preciso investir na formação de pessoal para fazer com que o país avance. Ele afirmou ainda que o governo deve seguir a regra do mercado "menos promessas e mais resultados".
Preocupado com os efeitos da guerra cambial, Furlan destacou que o Eximbank que será criado pelo governo ainda este ano para fomentar as exportações terá impacto maior para as exportadoras de pequeno e médio porte. créditos: Folha.com