Regina, de 38 anos, teve 7 filhos e cria 6 sozinha em Natal — Foto: Cleber Dantas/Inter TV Cabugi
Regina Fernandes é mãe solo e, aos 38 anos, cria seis filhos em um imóvel que tem apenas um quarto. Neste domingo do Dia das Mães, apesar de todas as necessidades, ela diz que só quer uma coisa de presente dos filhos: um abraço sincero. Por Monique de Carvalho / SNB
“Um abraço de cada um, que eles sempre me dão. Nas horas mais difíceis, eles estão comigo. Sou mãe e pai”, relata.
Essa mãezinha conta que o trabalho é grande até na hora de dormir, mas o
amor dos filhos e a união da família compensam qualquer dificuldade.
Batalhas do dia a dia
As crianças da casa são a Júlia, de 14 anos; Vitória, de 12; Maria Clara, de 10; Victor, que tem 9 anos; Maria Heloísa, com 6; e João Guilherme, de 3.
Todos são filhos da Regina Fernandes, de 38 anos, que ainda lamenta o fato de a filha mais velha, de 21 anos, ter saído de casa depois de ter se casado.
Os filhos mais velhos são do ex-marido. O mais novo foi de um relacionamento casual.
Hoje ela mora com todos em uma casa pequena no bairro Dix-Sept Rosado, em Natal (RN). O espaço ainda é dividido com o galo de estimação da família, que não tem nome.
Dormem todos juntos
Ela conta que todos os dias é a mesma rotina na hora de dormir e acordar. Um levanta do colchão de um lado, enquanto outro puxa do outro, até que finalmente a grande cama fica pronta para todo mundo descansar, se encaixando onde tem espaço.
No geral, as crianças são tranquilas e ajudam a mãe também. Vitória, por exemplo, gosta de limpar a casa. Mas algumas atividades, Regina faz questão de realizar, como arrumar os filhos para irem à escola.
Na hora do café da manhã, uns comem na mesa, outros no armário – onde tiver espaço. Regina vira garçonete.
Mãe não estudou e incentiva os filhos a estudarem
“O que é mais difícil é a rotina do dia a dia. Você acordar às 5h para fazer café, comprar o pão, escovar os dentes deles, dar banho, levar para escola. É uma correria grande. Eu não tive estudo. Então quero que eles estudem. Sejam enfermeiros, policiais, o que quiserem”, diz a mãe.
A renda de Regina é R$ 1.800. Todo o valor é proveniente das pensões dos filhos. Só que o valor não é suficiente para
manter toda a casa e as necessidades das crianças.
Para incrementar, Regina chegou a vender água mineral em semáforos de trânsito durante a pandemia. Mas parou de realizar o trabalho para levar e trazer os filhos da escola. Ela tem medo de deixá-los ir sozinhos.
A retribuição dos filhos
Regina diz que toda a confusão do dia a dia compensa muito, principalmente quando ela sente o amor dos filhos.
As crianças sabem retribuir da maneira deles. O jeito de Maria Clara agradecer é escrevendo cartinhas para a mãe. Tem até uma caixinha de papel pregada na parede onde ela coloca as mensagens, que misturam palavras e desenhos.
“Tive a ideia no colégio. Faço desenhos e escrevo, principalmente para a minha mãe”, conta.
“É um amor grande que ele tem. Quando me separei, eles eram pequenos e me ajudaram, cuidaram de mim. Hoje eles estão maiores e seguem comigo”, relata.
Sonhos da mãe
Com sete filhos, ela sonha com uma laqueadura, mas nunca conseguiu fazer a cirurgia pela rede pública de saúde.
Ela também sonha em ter uma casa própria, para poder sair do aluguel e deixar o imóvel para os filhos.
“Quero que eles me vejam como uma guerreira que faz tudo isso por eles”, finalizou.