Só Notícia Boa
Ricardo Sobhie Diaz - Foto: Divulgação/Unifesp
Será finalmente a cura da Aids? Um tratamento experimental desenvolvido por pesquisadores da Unifesp, Universidade Federal de São Paulo, está conseguindo eliminar o vírus HIV de um paciente há 17 meses.
Isso quer dizer que há quase 1 ano e meio o vírus não é mais detectado no corpo dele. Por cautela, os cientistas brasileiros evitam falar em cura da doença, mas ficaram animados com a descoberta.
O homem, que preferiu não ser identificado, descobriu que estava HIV há 8 anos. Mesmo sem tomar o coquetel de remédios há um ano e meio o rapaz permanece sem os sinais do vírus no corpo.
Ele mostrou à CNN o resultado do teste realizado este ano, que agora mostra “não reagente para HIV”. “Eu me sinto livre”, disse.
“Aqueles anticorpos que a gente usa pra falar se a pessoa tem infecção pelo HIV, ou não, eles estão diminuindo de forma progressiva [neste paciente], que é uma evidencia de que o vírus pode não estar mais ali”, afirmou o infectologista Ricardo Sobhie Diaz, que coordena os trabalhos na Unifesp e estuda o HIV desde os anos 1980.
Vacina
Para diminuir a replicação do HIV, os cientistas brasileiros criaram uma vacina produzida com o DNA do próprio paciente.
É uma vacina de células dendríticas, que consegue ensinar o organismo do paciente a encontrar as células infectadas e destruir uma a uma, eliminando completamente o vírus HIV.
Em outras palavras, ela faz o sistema imunológico a reagir e eliminar as células infectadas, nas quais o fármaco não é capaz de chegar.
A vacina de células dendríticas é extremamente personalizada já que é fabricada a partir de monócitos (células de defesa) e peptídeos (biomoléculas formadas pela ligação de dois ou mais aminoácidos) do vírus do próprio paciente.
O tratamento da Unifesp usa essa vacina junto com uma combinação de outros remédios.
“A gente intensificou o tratamento. Usamos três substâncias no estudo, além de criar uma vacina”, afirmou o infectologista Ricardo Sobhie Diaz.
Dois grupos estudados apresentaram respostas animadoras, mas os resultados do rapaz citado no início da reportagem foram os que mais impressionaram os cientistas. Mesmo assim, o responsável pelo estudo foi cauteloso.
“Existe a possibilidade de o vírus voltar nessa pessoa, por isso o monitoramento dele vai ser de forma definitiva e muito próxima, porque no momento em que o vírus voltar, a gente tem que tratar de forma pronta”, afirmou.
O estudo
O estudo começou em 2013. Foram recrutadas 30 pessoas que tinham iniciado o tratamento contra a infecção pelo HIV recentemente.
Eram pacientes em tratamento com carga viral indetectável há mais de 2 anos, ou seja, pessoas que têm a carga viral baixa e não transmitem a doença, por mais que vivam com o vírus.
Leia tudo em www.sonoticiaboa.com.br