Maior empresa de processamento de alimentos da China, a Cofco International anunciou que vai rastrear toda a produção de soja oriunda do Brasil. Segundo a empresa, a medida terá fim em 2023 — depois do fim do mandato do presidente Jair Bolsonaro. A fiscalização visa reduzir os danos ambientais realizados no Cerrado, principal polo de colheita de soja do país.
A informação foi publicada no relatório anual de sustentabilidade da Cofco. Segundo a estatal, as fazendas serão verificadas por terceiros, para desacelerar o desmatamento que devastou algumas partes do Brasil. “Tornamos público nosso compromisso de rastreabilidade porque estamos preparados e queremos ser responsabilizados por ele”, afirmou Wei Peng, chefe global de sustentabilidade da Cofco.
A empresa promete mapear a origem de mais da metade de suas compras de soja no Brasil ainda neste ano. A Cofco estima que a apuração seja realizada em algo entre 6,7 milhões e 7 milhões de toneladas de soja no país das safras de 2020 e 2021. De acordo com a Veja, a preocupação não é por acaso. Como aponta o blog Impacto, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), no mês de junho foram registrados 2.248 focos de calor na Amazônia.
O número representa a maior alta registrada para o período desde 2007. O estado de Mato Grosso lidera o índice de degradação, com 52.223 focos de incêndio em apenas um mês. Em seguida, aparecem o Tocantins, com 17.030 focos; Maranhão, com 13.267; e Mato Grosso do Sul, que aponta 7.800 picos de calor.
No mês passado, o tarimbado jornal britânico Financial Times publicou um manifesto de 29 instituições financeiras, que movimentam mais de 3,7 trilhões de dólares para investimentos, exigindo um posicionamento mais duro do governo federal para desacelerar a degradação das florestas brasileiras. A carta foi entregue ao presidente Jair Bolsonaro.
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