Foto: Arquivo pessoal
Uma menina de 6 anos deu uma lição de humildade, amizade e solidariedade.
Alana abriu mão de uma festa em buffet, e pediu para comemorar seu aniversário com as crianças que vivem na região do lixão da favela Cidade de Deus, no bairro Dom Antônio Barbosa, no Mato Grosso do Sul.
A festa da garotinha, que mora em Campo Grande, foi no fim de semana passado (25).
Os pais da menina, a bióloga Gisseli Giraldelli, 33, e o microempresário Nei Santos, 38, tentaram convencer Alana do contrário, porque, no local, seria difícil controlar o acesso.
Mas Alana bateu o pé e, neste ano, dispensou o buffet que marcou a comemoração do ano passado.
“Ela chegou para mim e para o pai dela e disse: Já tive festa com meus amigos da escola, da natação e agora quero com meus amigos da evangelização, porque eles não tem aniversário”, conta a bióloga.
“Ficamos receosos porque todos os eventos lá são muito trabalhosos e é muito difícil você restringir a entrada. Brota criança”, completa.
Religião
O linguajar da menina remete à religião e tem mesmo essa ligação.
Alana fez amizades no bairro depois que Gisselli e Nei passaram a visitar a região regularmente como voluntários de um projeto mantido por um grupo espírita da qual fazem parte.
Há quase dois anos, o casal, acompanhado dos filhos, Alana e Vitor, de 2 anos, e de pelo menos 30 pessoas, visitam a favela para evangelizar e prestar assistência social às famílias mais carentes.
Com sempre foi junto, a menina fez amigos e, por isso, desta vez, quis celebrar a nova idade com a galera do Dom Antônio.
Presente
“Convidamos nossos amigos e, ao invés deles levarem presentes, doaram material: bolo, cachorro-quente, refrigerante. Eles também trabalharam, ajudaram a servir e a organizar tudo. Mobilizamos mais de 100 voluntários”, relata.
Deu tudo certo. O aniversário, que aconteceu na sede de uma instituição que está sendo construída pelo grupo, começou às 14h30 e só terminou às 17h.
Reuniu, segundo a bióloga, cerca de 520 pessoas do bairro, fora os convidados de Alana que, em 2013, cantaram parabéns no salão.
Foi uma festa completa, com direito a pipoca, cachorro-quente, salgadinho, refrigerante, bolo, brigadeiro, beijinho, algodão doce, picolé e muita, mas muita brincadeira, relata a mãe.
“Teve pula-pula, brinquedos infláveis, piscina de bolinha, escorregador..."
A aniversariante se divertiu à beça com os amigos.
Ela se pendurou na árvore, brincou na areia e se sujou como qualquer criança.
Voltou para casa realizada. “Ela achou o máximo. Falou: 'Mãe, minha festa está massa'. Ela brincou o tempo todo e ganhou até presente. Um menino da comunidade, um pequenininho de 6 anos, chegou e entregou um para ela”, diz. Com informações do
CampoGrandeNews