Rodrigo Maia durante sessão especial da Câmara dos Deputados em 11 de março de 2020 (REUTERS/Adriano Machado)
Bruno Góes
BRASÍLIA — O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta terça-feira que aceita discutir a sugestão de redução do salário de parlamentares feita pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. Maia diz que é a favor da redução dos vencimentos, desde que os três poderes deem uma contribuição. Pela manhã, Bolsonaro afirmou que aceitaria aumentar o valor do auxílio emergencial pago a trabalhadores informais se deputados e senadores resolverem cortar os próprios salários.
O pagamento do auxílio emergencial aprovado pelo Congresso prevê apenas três parcelas de R$ 600. O governo, no entanto, quer pagar mais duas parcelas, e o valor deve ser de R$ 300. Apesar de dizer que concorda com Bolsonaro, Maia criticou os cálculos de Bolsonaro.
— A conta só está um pouco distante. O custo de dois meses (para o auxílio emergencial) é de R$ 100 bilhões. O custo anual do salário de parlamentares é de R$ 220 milhões bruto. Então estamos comparando R$ 100 bilhões com R$ 220 bilhões. A Câmara já economizou mais de R$ 150 milhões (desde o início da pandemia), que é quase um ano de salário de parlamentares. Mas nós não temos problema nesse debate. É um debate que precisa ser feito. Eu tenho defendido quase que sozinho a necessidade dessa repactuação — disse Maia.