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quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Em entrevista ao New York Times, Bolsonaro afirma ser perseguido e reconhece derrota em 2022: “Esqueça. Nós perdemos”

Por Redação / BN
Foto: Reprodução/Redes Sociais
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deu uma entrevista, nesta terça-feira (15), ao jornal estadunidense New York Times. Na conversa, o presidente proferiu declarações polêmicas, afirmando saber do plano para o estado de sítio no Brasil em 2022 e reconhecendo a derrota nas eleições presidenciais do mesmo ano.

“Eu me sinto como uma criança novamente com o convite de Trump”, afirmou o presidente, ao ser questionado acerca do convite que o presidente eleito dos EUA lhe fez para comparecer a sua posse, na próxima segunda-feira (20). “Eu não estou nem tomando Viagra mais”, afirmou o ex-mandatário do Brasil.

REDES SOCIAIS, BIG TECHS E ELEIÇÕES
Bolsonaro afirmou que, depois das eleições do ano passado nos EUA, ficou mais claro que as “redes sociais decidem eleições”. A fala foi proferida no contexto da influência do bilionário Elon Musk, dono da rede social X, antigo Twitter, na campanha presidencial de Trump.

O ex-presidente também afirmou ter adorado quando o dono da Meta, Mark Zuckerberg, mencionou que trabalharia com o presidente eleito dos EUA para combater “governos estrangeiros que querem censurar cada vez mais”.

TRAMA GOLPISTA
Em relação às investigações da Polícia Federal, que o indiciaram por participação em uma trama golpista para permanecer no poder em 2022, Bolsonaro assumiu ter discutido com militares um decreto para estado de sítio: “Eu não vou mentir para você. Porém, na segunda conversa, já estava descartado”.

Ele afirmou que chegou a considerar a medida, porque acreditou que a eleição havia sido fraudada, mas ao New York Times afirmou: “Esqueça. Nós perdemos”. Ademais, Bolsonaro negou a sua suposta contribuição no plano golpista para matar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, além dos então presidente e vice-presidente eleitos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB).

“Quem quer que tenha feito esse possível plano deve responder. Da minha parte, não houve tentativa de executar estas três autoridades”, afirmou o ex-presidente, que completou: “Ainda assim, eu acho que é só outra fantasia, bravata. Nada. Esse plano é impossível.

RELAÇÃO COM O SUPREMO
Ao ser questionado sobre a sua relação com a Suprema Corte do Brasil, no âmbito das investigações das quais é alvo, Bolsonaro afirmou que se sente “observado o tempo todo”, e afirmou: “Eu acho que o sistema não me quer preso; ele me quer eliminado”. O ex-presidente ainda afirmou que não tem preocupação em ser julgado pela Justiça brasileira, mas sim com quem irá julgá-lo.

Sobre a sua inelegibilidade, Bolsonaro chamou a decisão do Supremo de um “estupro à democracia” e afirmou que buscará uma maneira de reverter esta decisão. Ele ainda mencionou que os dois ministros do Supremo que indicou durante o seu governo, André Mendonça e Kassio Nunes Marques, lhe confidenciaram que a sua inelegibilidade “é absurda”.

REENCONTRO COM TRUMP
Por fim, ao falar do convite do presidente eleito dos EUA para comparecer a sua posse, Bolsonaro se disse honrado e falou: “O gesto de Trump é algo para se ter orgulho. Quem é Trump? O cara mais importante do planeta”.

Sobre a possibilidade de encontrar Trump, agora negada pelo STF, ele disse: “Eu peço a Deus por uma chance de apertar a mão dele [de Trump]. Eu não preciso nem de uma foto, apenas de um aperto de mão”.

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