Foto: Alex Rocha/PMPA
O Rio Grande do Sul enfrenta uma situação desafiadora devido às fortes chuvas, inundações e enxurradas que assolam o estado desde o final de abril. Até o momento, conforme levantamento da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), foram contabilizados 722 abrigos temporários em todo o território gaúcho, montados para acolher os afetados pelos desastres naturais.
Com base em informações das secretarias municipais de Assistência Social, a Sedes registrou um total de 81.170 pessoas abrigadas no estado. A abrangência dos efeitos das intempéries se estende a 446 dos 497 municípios gaúchos.
O secretário de Desenvolvimento Social do RS, Beto Fantinel, ressaltou que o número de abrigos e de desabrigados pode variar de acordo com a evolução das condições climáticas e o deslocamento das pessoas afetadas. “Os abrigos funcionam conforme a demanda dos atingidos, que varia de forma constante”, explicou.
A previsão de novas chuvas intensas para o domingo (15) mantém a preocupação das autoridades. Em Porto Alegre, por exemplo, o nível do lago Guaíba voltou a subir, podendo ultrapassar os cinco metros, dois metros acima do nível de inundação.
Uma série de entidades, incluindo Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, Ministério da Saúde, Defesa Civil nacional, Defesa Civil do RS e o Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância (Unicef), está envolvida no levantamento das condições dos abrigos e das necessidades dos desabrigados.
O secretário-adjunto da Sedes, Gustavo Saldanha, enfatizou a importância desse levantamento para direcionar ações efetivas.“O objetivo desse levantamento é identificar onde estão os abrigos, identificar as características básicas de sua infraestrutura, características básicas do perfil das pessoas desabrigadas e suas necessidades”, disse o secretário-adjunto da Sedes, Gustavo Saldanha.
Entre as prioridades estão a garantia de acesso à água potável, fornecimento de medicamentos, itens de cozinha para preparo de alimentos, cobertores, materiais de limpeza e higiene. Os dados preliminares indicam que grande parte dos abrigos possui estrutura básica adequada, como banheiros funcionais, espaços para lazer infantil e cozinha.
No entanto, em meio à insegurança, alguns abrigos já relataram a necessidade de equipes de segurança, saúde e atendimento psicossocial para garantir o bem-estar dos assistidos.
Até o momento, quase 2 mil toneladas de doações foram encaminhadas aos desabrigados do RS somente por meio de órgãos federais, sem contar as contribuições da sociedade civil e empresas.
Diante do quadro de emergência, o governo estadual registrou, até a última sexta-feira (9), um total de 143 mortes decorrentes das condições climáticas adversas, além de 125 pessoas desaparecidas e mais de meio milhão de desalojados.
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