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quinta-feira, 9 de maio de 2024

Lula diz ter ido dormir inquieto com cavalo ilhado em cima de telhado no RS

Por Renato Machado e Idiana Tomazelli | Folhapress
Foto: Reprodução / Redes Sociais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (9) que foi dormir inquieto na noite da anterior, com a imagem do cavalo que estava ilhado no telhado de uma casa, em meio à inundação no Rio Grande do Sul. O mandatário também acrescentou que seu governo vai "cavucar dinheiro" e que vai encontrar os recursos necessários para auxiliar o estado.

"O que vocês perceberam é que dentro das desgraças todas que temos falado nos últimos dias, eu ontem à noite fui dormir inquieto com a imagem de um cavalo em cima de um telhado. Ou seja, eu fico imaginando se aquele cavalo pensasse, como a gente imagina que são os pensamentos, o que aquele cavalo estava pensando sozinho, em cima do telhado", afirmou o presidente.

"Hoje eu fiquei sabendo que já salvaram o cavalo, conseguiram tirar o cavalo. Espero que ninguém monte naquele cavalo durante um bom tempo porque ele merece um bom descanso", completou.

Na manhã desta quinta-feira, após passar dias ilhado no telhado de uma casa em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, o cavalo —que na verdade é uma égua— foi resgatado pelas equipes de resgate, que chegaram ao local para retirar o animal em botes e barcos dos bombeiros.


Imagens transmitidas ao vivo pela TV Globo mostram o momento em que um grupo de socorristas sobe no telhado, usa um equipamento para amarrar o animal e o coloca no bote. O resgate coloca fim a uma história que mobilizou autoridades, artistas e influenciadores do país.

Lula participou de cerimônia no Palácio do Planalto para anúncio de medidas econômicas para a população atingida pela calamidade climática no Rio Grande do Sul.

Ele estava acompanhado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e de ministros, como Fernando Haddad (Fazenda), que anunciou as medidas.

Durante o seu discurso, o presidente voltou a afirmar que não vão faltar recursos para a reconstrução do Rio Grande do Sul e que seu governo vai "cavucar" dinheiro e sempre vai encontrar os recursos necessários para ajudar o estado.

"Por último, eu queria dizer para vocês que a gente nunca tem todo dinheiro do mundo. E eu já disse três vezes: não faltará esforço desse governo, vamos tentar cavucar dinheiro onde tiver dinheiro. OLuís Roberto [presidente do STF] acabou de descobrir que tinha R$ 100 milhões lá e alguma coisinha na Justiça", afirmou o presidente da República.

Pouco antes de Lula falar, Barroso havia anunciado que o Supremo detectou R$ 100 milhões em relação a penas pecuniárias, recursos que já foram quase que integralmente transferidos para a Defesa Civil do Rio Grande do Sul.

"Se a gente ficar cavucando a gente vai encontrar os recursos necessários para a gente devolver a dignidade ao povo", completou.

O presidente também afirmou que a ajuda "não termina aqui".

"Eu tenho dito aos ministros que a gente tem que se preparar porque a gente vai ter o tamanho dos problemas quando a água abaixar e os rios voltarem à normalidade. A gente vai ver o que se perdeu em cada casa, em cada cidade, em cada igreja, em cada lugar. Vamos ter dimensão dos prejuízos dos trabalhadores, dos empresários, do grande, pequeno, médio, o que se perdeu de casa, geladeira, fogão, colchão, televisão", afirmou.

Lula também voltou a afirmar que vai percorrer o estado do Rio Grande do Sul, após a água baixar, e que vai se certificar de que "nenhum viés burocrático" atrapalhe a implementação das medidas anunciadas.

O presidente também acrescentou que seu governo vai anunciar um programa de restabelecimento de uma parte dos voos para o Rio Grande do Sul, envolvendo alguns aeroportos, como o de Canoas.

Lula também voltou a criticar os propagadores de fake news relacionadas com as enchentes no Rio Grande do Sul. Nesta semana, seu governo acionou a Polícia Federal e a AGU (Advocacia-Geral da União) para buscar responsabilizar quem divulga notícias falsas.

"Toda vez que tem uma desgraça em algum lugar o povo de manifesta. Obviamente que você tem do outro lado as pessoas torcendo para a desgraça aumentar. É só você ver a quantidade de fake news, a quantidade de provocações, de mentiras, de leviandades."

"Pessoas que não levam em conta sequer o sacrifício de gente que está trabalhando no Rio Grande do Sul, muitas vezes sem dormir duas ou três noites, e são ofendidos, são xingados, por, na verdade, uma quadrilha de malfeitores que estão tentando atrapalhar o sossego de quem quer trabalhar", completou.

Os estragos causados pelas chuvas que atingem o Rio Grande do Sul deixaram mais de cem mortos e afetam cerca de 1,5 milhão de pessoas.

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