‘Precisamos aprender a respeitar quando o ato é institucional, que não tem cor partidária’, diz Lula
Foto: Ricardo Stuckert/PR
Em meio às dificuldades do governo federal na relação política com o Congresso Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa do chefe da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que foi novamente vaiado durante um evento de que participou ao lado do petista, em Maceió (AL), nesta sexta-feira (10), de acordo com informações do portal InfoMoney.
A cerimônia marcou a entrega de 914 apartamentos do Conjunto Residencial Parque da Lagoa, na capital alagoana. As moradias foram construídas no âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e devem beneficiar 3.565 pessoas de famílias com renda mensal de até R$ 2.640.
Na véspera, em um evento no sertão alagoano, Lira já havia sido vaiado por parte do público. Nesta sexta, também participou da cerimônia o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), que faz parte do grupo político alinhado ao senador Renan Calheiros (MDB-AL) e ao ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), ex-governador do estado. Esse grupo é adversário político de Lira em Alagoas.
Em 2022, enquanto o ex-presidente do Senado apoiou a candidatura de Lula ao Palácio do Planalto, Lira cerrou fileiras com Jair Bolsonaro (PL).
“Este não é um ato para a gente fazer a disputa que vamos fazer na eleição. Vai ter um momento em que vou viajar para algumas cidades para apoiar um candidato. Não estaremos juntos em todos os lugares, mas precisamos aprender a respeitar quando o ato é institucional, que não tem cor partidária”, disse Lula, dando um “puxão de orelha” em seus próprios apoiadores.
“Senão, fica difícil para o presidente da República viajar para inaugurar coisas. Ninguém leva alguém à sua casa para ser vaiado. É uma questão de comportamento que me incomoda muito”, ressaltou Lula.
O presidente da República voltou a fazer um aceno público a Lira e elogiou a atuação da Câmara dos Deputados durante os 15 primeiros meses de seu governo.
“Eu só tenho 70 deputados, e a Câmara tem 513. Nós, até agora, não tivemos um único projeto do governo derrotado. Todos foram aprovados. Até agora, fizemos uma coisa que poucos cientistas políticos acreditavam que fosse possível: aprovamos uma política de reforma tributária, exercendo a democracia, com a Câmara com muitos deputados que não são do meu partido”, pontuou Lula.
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