Projeto da ADRA beneficia 200 crianças e adolescentes indígenas
Ações socioeducativas são realizadas em escolas de quatro aldeias da etnia Iny/Karajá, na Ilha do Bananal, em Tocantins
No Dia dos Povos Indígenas, convidamos a conhecer o projeto da ADRA, que impacta positivamente 200 crianças e adolescentes da etnia Iny/Karajá na Ilha do Bananal, Tocantins. A iniciativa fortalece a preservação do dialeto Inyrybé e promove a educação e tradições culturais indígenas. Uma oportunidade para reportagens que ressaltem a importância da diversidade cultural do Brasil.
Nesta sexta-feira, 19 de abril, celebra-se o Dia dos Povos Indígenas, uma data que reflete sobre a riqueza cultural e a importância de preservar as tradições desses povos que são parte essencial da história e identidade do Brasil.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010 (dados mais recentes), foram registradas 274 línguas indígenas no Brasil, onde vivem 817.963 mil indígenas de 305 etnias diferentes. Uma dessas línguas é o Inyrybé, falada pela etnia Iny/Karajá, que vive às margens do rio Araguaia nos estados de Goiás, Tocantins e Mato Grosso.
Desafios para preservação do dialeto Inyrybé
O nome Iny significa nós, enquanto o Karajá é tupi e pode ser entendido como "macaco grande". Já o dialeto Inyrybé pertence ao tronco macrojê, um dos principais troncos linguísticos dos povos indígenas do Brasil, falado também por outros grupos indígenas, como o Javaé e Xambiowá. No entanto, a preservação do Inyrybé enfrenta desafios, com o número de falantes diminuindo ao longo do tempo, especialmente entre as gerações mais jovens.
Além da língua nativa, os Iny/Karajá mantêm costumes tradicionais, como as bonecas de cerâmica, pescarias e rituais festivos. Ao mesmo tempo, lutam para reivindicar direitos territoriais e acesso à saúde e educação.
Para auxiliar no atendimento às necessidades e esforços desse e de outros povos indígenas, a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais, a ADRA, atua em parceria com a educação indígena através do projeto Awire, que é desenvolvido com crianças e adolescentes nas escolas de quatro aldeias da etnia Iny/Karajá, na Ilha do Bananal, entre Tocantins e Mato Grosso.
O Awire atua dentro das necessidades sinalizadas pela comunidade e escola. Ali são ofertadas e promovidas ações socioeducativas para crianças e adolescentes indígenas, que contribuem para o desenvolvimento de habilidades pessoais, físicas e sociais, o que permite a geração de novas possibilidades e ferramentas para suas dificuldades.
A educação escolar indígena é uma modalidade da educação básica que garante aos indígenas, suas comunidades e povos a recuperação de suas memórias históricas, reafirmação de suas identidades étnicas, a valorização de suas línguas e ciências e acesso às informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-indígenas. Sendo assim, a educação escolar indígena atua para que a língua materna se mantenha firme. As crianças são alfabetizadas na língua materna e iniciam seus estudos na língua portuguesa no 6º ano.
ADRA e comunidade trabalham em conjunto
De acordo com Rafaela Reis, coordenadora do núcleo da ADRA para a região do Araguaia, o projeto Awire atua sistematicamente com 200 crianças e adolescentes indígenas. “A ADRA e a comunidade têm trabalhado em conjunto. Todos os projetos têm como base a comunidade. É crucial que compreendamos suas necessidades e respeitemos sua cultura, a fim de fundamentar e implementar os projetos com sucesso", ressalta.
Para Labé Kàlàriki Idjawaru Karajá, coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena de Araguaia, a colaboração da ADRA traz benefícios às comunidades nativas. "Os projetos em andamento são muito significativos, principalmente para a juventude. Espero que essa parceria perdure para que possamos colher ainda mais resultados positivos”, afirma.
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