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quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Viúva de Jango será indenizada por perseguição política durante ditadura

Em 1964, Maria Thereza Goulart e os filhos foram retirados às pressas da Granja do Torto e colocados em um avião da Força Aérea para Porto Alegre
Foto: Foto: Reprodução/Arquivo Nacional
O TRF4 (Tribunal Regional Federal da Quarta Região) determinou que a União indenize Maria Thereza Goulart, viúva do ex-presidente da República João Goulart, o Jango, no valor de R$ 79 mil por danos morais. Cabe recurso da decisão.

A reparação se dá pela perseguição política e o exílio sofridos por Maria Thereza e seus filhos durante o regime militar. A sentença foi publicada em 24 de dezembro de 2023. As informações são do portal UOL.

Maria ingressou com a ação justificando que Jango tinha uma carreira bem-sucedida no ramo agropecuário e também na política, tendo sido deputado federal, ministro do Trabalho de Getúlio Vargas, vice-presidente eleito nos governos de Juscelino Kubitschek e de Jânio Quadros, assumindo a presidência em 1961 e sendo deposto em 1964.

Em 1964, ela e seus filhos foram retirados às pressas da Granja do Torto e colocados em um avião da Força Aérea para Porto Alegre, com bagagem mínima, deixando a maioria de seus pertences para trás. Segundo ela, seu patrimônio, que incluía joias e roupas de marca, não foi mais rastreado, tendo sido saqueado logo após sua saída de Brasília. O rebanho de gado de suas fazendas também foi roubado, além de ativos pessoais.

A viúva ainda relatou que eles foram obrigados a sair do Brasil, indo buscar exílio no Uruguai, onde viveram até 1973, quando um golpe de Estado também foi instaurado. A família então foi para a Argentina, mas, em 1975, iniciaram as atividades da Operação Condor e, no ano seguinte, um novo golpe de Estado instaurou-se naquele país.

Em sua defesa, diz o UOL, a União informou que a viúva não sofreu prisões, torturas ou agressões pelo Estado Brasileiro e que ela já afirmou, em outras ocasiões, que a vida no exterior era confortável até que se instalaram regimes ditatoriais naqueles países. Segundo a União, ela teria admitido em entrevista que, mesmo no exílio, não sofreu “grandes privações econômicas”

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