Relatório da CGU que aponta subvalorização da Refinaria Landulpho Alves, vendida a fundo árabe em 2021, está com a PF
Foto: Divulgação/ Petrobras
Após a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, ter sido vendida pela Petrobras, durante o governo Jair Bolsonaro (PL) por um valor considerado abaixo do preço de mercado, a Polícia Federal analisa o relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) que aponta falhas no processo da comercialização, conforme a Metropóles revelou nesta quinta-feira (4).
A RLAM foi vendida em novembro de 2021 por US$ 1,65 bilhão ao Mubadala Capital, subsidiária do fundo soberano Mubadala, controlado pela família real dos Emirados Árabes Unidos. Rebatizada como Refinaria de Mataripe, a RLAM é gerida atualmente pela Acelen, empresa criada pelo fundo para administrar o empreendimento.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, encaminhou a auditoria da CGU à Diretoria de Inteligência Policial da corporação. O material será analisado levando em consideração outros elementos obtidos pela PF nas investigações sobre joias e presentes dados por governos estrangeiros ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Os Emirados Árabes Unidos, país dos compradores da refinaria baiana, são citados na apuração.
Em visitas aos Emirados em 2019 e 2021, Bolsonaro foi presenteado por integrantes da família real local com objetos de alto valor, como um relógio de mesa cravejado de diamantes, esmeraldas e rubis e três esculturas, das quais uma de ouro, prata e diamantes que, inclusive, gerou uma repercussão muito grande.
Da viagem ao país em outubro de 2019, Bolsonaro também voltou ao Brasil trazendo no avião presidencial um fuzil calibre 5,56 mm e uma pistola, 9 mm, dados a ele pelos governantes dos Emirados. O armamento foi devolvido pelo ex-presidente por ordem do Tribunal de Contas da União (TCU).
O ministro da CGU, Vinícius Marques de Carvalho, publicou ainda na quinta-feira, em sua conta no X (antigo Twitter), que “a PF já teve acesso ao relatório, que inclusive já está publicado na página da CGU”.
A postagem de Carvalho foi feita em resposta a uma publicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, que disse ser “importante esclarecer se há alguma conexão com o episódio das joias, já sob investigação da Polícia Federal”. “Na liderança da oposição no Senado, fizemos inúmeras denúncias das inconsistências dessa privatização, em claro prejuízo ao patrimônio público e aos consumidores brasileiros”, escreveu o chefe da AGU.
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