Construção deve ser iniciada até março de 2024 e concluída durante o primeiro semestre de 2026
Créditos: Divulgação/Cagece
A Superintendência do Patrimônio da União no Ceará aprovou, na última quarta-feira (20), a construção da usina de dessalinização na Praia do Futuro, em Fortaleza. Por Anna Dulce / administradores / (Com iG e g1)
Visando criar uma solução a longo prazo para tornar a água do mar potável durante períodos de seca, o projeto recebeu da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) um parecer positivo que destaca que as especificações necessárias de distanciamento de cabos foram atendidas após o afastamento das tubulações.
É preciso, agora, requerir a emissão da Licença de Instalação da planta para a Superintendência Estadual do Meio Ambiente.
A usina deve começar a ser construída até março de 2024 e concluída no primeiro semestre de 2026. Com a transformação de água do mar em água potável, a oferta de água na região metropolitana de Fortaleza aumentará em 12%, segundo o governo do Ceará.
Apesar das mudanças feitas, no entanto, a A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) segue contra o projeto, recomendando que a usina fosse construída em outro local. Como principal preocupação da agência, está o risco de que a construção impacte os cabos submarinos que conectam o Brasil a outros países, o que pode causar um apagão digital.
Além de classificar a construção da usina como “indesejável e imprudente” e alegar que “existem outras opções para a sua realização”, o órgão também afirma que no projeto da SPE – Águas de Fortaleza, responsável pela construção, não foram considerados riscos e nem seguidas as 11 recomendações do International Cable Protection Committee (ICPC), organização que atua para proteger o funcionamento de cabos submarinos.
Fortaleza se tornou chave para a conexão de cabos de internet por sua proximidade relativa com a Europa, a África e o restante das Américas e, no Brasil, eles também se ligam a Salvador, ao Rio de Janeiro e a Santos. As condições de seu relevo oceânico também fizeram com que a capital cearense ganhasse espaço.
A Praia do Futuro, local escolhido para a construção, recebe 17 cabos submarinos que conectam o país à Europa e são responsáveis por 99% do tráfego de dados.
Temores de que a proximidade da usina com os cabos submarinos essenciais para a conectividade do país possa resultar em interrupções no serviço foram expressados por empresas de telecomunicação.
A Conexis, associação onde estão operadoras Claro, Vivo, Tim, Oi, Algar Telecom e Sercomtel, afirma que suas associadas “manifestam preocupação com os riscos apontados pela área técnica da Anatel.
Já a associação de operadoras TelComp, que inclui empresas como a cearense Brisanet, afirmou, em outubro, que “a discussão sobre a construção da usina é legítima e a implementação de tal política pública é necessária”, mas alegou que “existem locais mais adequados e seguros para sua instalação” e que a escolha pela construção na Praia do Futuro é “infeliz, inoportuna e inapropriada”.
Enquanto isso, a Cagece afirma que, de acordo com estudos técnicos, as infraestruturas da usina não apresentam riscos para o funcionamento dos cabos submarinos.
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