Rieli dedicou a vida ao trabalho com isolados | Foto: Reprodução / Funai
O coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental Uru-Eu-Wau-Wau, Rieli Franciscato, morreu com uma flechada no peito nesta quarta-feira (8) após encontrar com índios conhecidos como "Isolados do Cautário", na região conhecida como Linha 6, no município de Seringueiras, em Rondônia. Ele era considerado um dos indigenistas mais respeitados da Fundação Nacional do Índio (Funai).
De acordo com o jornal O Globo, Rieli tentava impedir um possível conflito entre os indígenas e moradores da região que invadiram terras próximas à área demarcada pela Funai. Além de evitar que algum tipo de contato fosse feito em meio à pandemia. Os isolados estão entre os grupos mais vulneráveis e podem ser dizimados caso sejam contaminados pela Covid-19.
Rieli tinha 56 anos e somava mais de 30 anos de dedicação à proteção dos índios isolados no Brasil. Ele chegou ao local após moradores terem avisado à Polícia Militar que um grupo de indígenas isolados havia aparecido próximo de suas casas, por volta das 10h (horário local), na zona rural de Seringueiras, que fica localizada a mais de 500km da capital Porto Velho.
Sobre o caso, a Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, que atua na região, afirmou que os indígenas isolados não sabem distinguir protetores de inimigos. "O território deles está sendo invadido e eles estão tentando sobreviver", diz nota. Os "isolados do Cautário" já haviam sido vistos na mesma região no último mês de junho.
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