Foto: Reprodução/Sérgio Lima/Poder360
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em um debate, que se arrependeu de ter concedido asilo ao ex-terrorista Cesare Battisti. O italiano teve o benefício concedido no último dia do mandato do presidente petista, em 2010. Battisti foi preso em 2019, na Bolívia, e extraditado para a Itália, onde cumpre prisão perpétua.
"Hoje, acho que, assim como eu, todo mundo da esquerda brasileira que defendeu Cesare Battisti aqui ficou frustrado, ficou decepcionado. Eu não teria nenhum problema de pedir desculpas à esquerda italiana e às famílias do Battisti", disse Lula em um programa de debates da TV Democracia divulgado na quinta-feira (20) por um canal do Youtube.
Lula alegou que, à época, o então ministro da Justiça e outros líderes da esquerda brasileira estavam convencidos da inocência de Battisti. Acrescentou ainda que o italiano chegou enganou muita gente no Brasil, destaca a Folha de S. Paulo.
"Não sei se enganou muita gente na França, mas na verdade muita gente achava que ele era inocente. Nós cometemos esse erro, pediremos desculpas", declarou Lula, que lamentou que o caso tenha "comprometido" suas boas relações com o governo italiano e "com toda a esquerda italiana e a esquerda europeia".
Em março de 2019, Battisti confessou a participação em quatro homicídios cometidos no final de 1970, quando integrava um grupo armado que se insurgia contra o Estado.
Após a prisão do ex-terrorista, Lula foi alvo de críticas de um aliado histórico, o ex-presidente italiano Giorgio Napolitano, ícone da centro-esquerda e que conhece o petista desde os anos 1980, diz o jornal.
Battisti driblou a Justiça de seu país de 1981 até 14 de janeiro de 2019, quando retornou preso após viver no México, na França e no Brasil. Aos 65, ele está isolado num presídio de segurança máxima na ilha da Sardenha.
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