Foto: Reprodução/Metrópoles
Antes de condenar um homem negro citando a raça para mandá-lo para a prisão (reveja), a juíza Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara Criminal da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba (PR), foi alvo de uma reclamação disciplinar por abuso de autoridade.
De acordo com reportagem do portal Metrópoles, que teve acesso a denúncia, a juíza tinha apresentado comportamento abusivo ao autorizar a interceptação do telefone de um advogado em um processo criminal.
A interceptação foi decretada em face do advogado Omar Elias Geha, que atuou como defesa de Daniel Ângelo da Silva, acusado de mandar matar a própria mulher. Ele entrou com a representação no Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) em 2012, após ser interceptado, segunde ele, durante três meses, afirma o site.
Omar Geha explica que se sentiu surpreso quando chegou no tribunal e viu um apenso no processo revelando que um telefone – justamente o dele – fora interceptado. O advogado defende que a ação foi ilegal pois ele não tinha qualquer participação no crime com o cliente.
A autorização de Inês Marchalek Zarpelon, no entanto, teria sido proferida, segundo o advogado, com fins para prender Daniel Ângelo da Silva, que estava foragido. “Existe uma diferença entre trabalhar com o suspeito ou para a suspeito”, afirma Omar Geha, em conversa com o Metrópoles.
“Ela [Zarpelon] disse na minha cara quando eu fui questioná-la sobre isso: ‘Não vou ficar esperando a boa vontade do seu cliente se apresentar’. Aí eu perguntei: ‘Então a senhora confessa que sabia que era o telefone de um advogado?’. Ela olhou para a minha cara e não respondeu”, diz.
Após três anos – em 29 de abril de 2015 –, a Corregedoria Nacional de Justiça resolveu arquivar a reclamação disciplinar contra a juíza Inês Marchalek Zarpelon após apuração da Corregedoria-Geral de Justiça do Estado do Paraná, vinculado ao Tribunal de Justiça (TJPR).
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