Por mais que a intenção seja cuidar da saúde e evitar ficar doente, sair de uma casa depois que um dos moradores testar positivo para a Covid-19 é um erro que coloca muitas outras pessoas em perigo. O alerta parte da infectologista Clarissa Cerqueira. Foto: Reprodução/Pixabay
A especialista explica que, do ponto de vista técnico, o que acontece com frequência é as pessoas saírem de casa quando alguém desenvolve sintomas. "Mas no período pré-sintomático todos do domicílio foram expostos", ressalta.
Por isso a orientação da infectologista é de que as pessoas adotem cuidados antes, respeitando o distanciamento social, as medidas de higiene e o uso de máscara.
Nos casos em que alguém da família acabar infectado, a recomendação da médica é que os demais familiares reforcem a quarentena dentro de casa. "Se organizem pra não expor. A partir do momento que sai de casa, já está expondo", alertou.
No período pré-sintomático a que a médica se refere as cargas virais são consideradas tão altas quanto dos pacientes que apresentam sintomas. O perigo desta fase está no fato das pessoas não terem ciência de que estão infectadas. Além disso há quem acredite que, por não ter sintomas, não tem também potencial de contaminação. Mas isso não é verdade.
Pesquisadores do Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Sócio-Ambiental de Macaé (Nupem), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), constaram que os pré-sintomáticos são responsáveis por cerca de 45% das transmissões, mais que os assintomáticos (aqueles que vão se curar sem desenvolver nenhum sintoma) e mais até do que aqueles que já desenvolveram sintomas.
Diante disso a especialista reforça o risco de alguém se hospedar em outro local após um familiar do mesmo domicílio testar positivo, já que só é possível determinar se um paciente foi ou não assintomático depois de todo o período de desenvolvimento da doença.
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