Foto: Divulgação
Diante da repercussão de um "Kit-Covid" anunciado pela Prefeitura de Itagi, o secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, lembra que o protocolo para compra de medicamentos como a hidroxicloroquina mudou. Atualmente, só é possível adquirir o remédio mediante apresentação de uma receita médica.
"A dispensação de cloroquina e hidroxicloroquina é regulada pela Anvisa. Sua distribuição sem retenção de uma via da receita por um farmacêutico registrado configura infração sanitária", escreveu o secretário, que também é médico, especializado em cardiologia, em postagem no Twitter na manhã desta segunda-feira (13). A mensagem foi acompanhada de alguns links que direcionam para o protocolo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
"Temos que conter esse movimento inconsequente de alguns", acrescentou o secretário em mensagem encaminhada ao Bahia Notícias.
O kit da Prefeitura de Itagi tem entre seus medicamentos o reuquinol, que é um sulfato de hidroxicloroquina, e a ivermectina. Ambas substâncias não têm sua eficácia comprovada no tratamento contra a Covid-19 (saiba mais aqui).
No caso da primeira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) frisa que ela só deve ser usada em pacientes com coronavírus sob estrita supervisão médica, pois possui efeitos colaterais graves. Já o segundo foi alvo de uma nota de esclarecimento da Anvisa na última sexta-feira (10). No comunicado, o órgão ressalta que não há estudos conclusivos que comprovem o uso do medicamento contra a Covid-19, assim como não existem estudem que refutem seu uso. Dessa forma, a responsabilidade é do médico prescritor.
Também médico, o prefeito de Itagi, Olival Andrade, reconheceu que "não existe no mundo uma medicação específica para tratar" a doença, mas ponderou que "algumas medicações têm feito a diferença". "Por ter sido politizada, algumas drogas, ou uma droga, tornou-se uma coisa anormal. Vários hospitais instituem seus protocolos e têm dado excelentes resultados nos primeiros dias dos sintomas. O que me interessa é salvar vidas, como gestor e médico. Em uma guerra a gente usa a arma que tem", defendeu em entrevista ao G1 BA.
Ele acrescenta que quando se usa a hidroxicloroquina, é feito um Eletrocardiograma (ECG) antes do tratamento, depois do primeiro, no terceiro dia da medicação e depois no quinto dia. "Paciente cardíaco, com comorbidade, isquêmico, não se faz o uso da droga", acrescentou ao portal.
De acordo com o último boletim da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), a cidade possui 13 casos de coronavírus e nenhuma morte até este domingo (12).
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