Dois padres foram condenados, nesta segunda-feira, 25, a mais de 40 anos de prisão por agressão sexual grave contra meninos surdos no Instituto de Ensino Próvolo, em Mendoza, um caso que abala a Igreja Católica da Argentina.
Após três anos de aparecerem as primeiras denúncias, um tribunal penal condenou o padre argentino Horacio Corbacho a 45 anos de prisão e o italiano Nicola Corradi a 42. Ambos já encontravam-se em prisão preventiva.
Segundo a Veja, nos dois casos, se considerou como agravante o fato de eles serem responsáveis pela guarda dos meninos e ministros de culto, e das vítimas serem menores de idade. O jardineiro do centro de ensino, Armando Gómez, também foi condenado, com pena de 18 anos de prisão, por agressão sexual.
O julgamento começou em 5 de agosto, a portas fechadas. Nas audiências, avaliou os testemunhos de 13 vítimas, e considerou 25 casos de abusos, registrados entre 2004 e 2016. Foi descoberto que Corradi já havia sido apontado por crimes semelhantes em Verona, na Itália, sem que fosse julgado, e o Papa Francisco sabia que o padre estava administrando a escola na Argentina.
Segundo o jornal argentino El Clarín, ao ouvir o veredicto condenatório, os três réus ficaram em silêncio, olhando para baixo. Enquanto isso, os ex-alunos de Próvolo expressaram sua emoção com os braços levantados, balançando as mãos como a balança da Justiça, que em linguagem de sinais significa que a verdade foi alcançada.
É a primeira vez em 50 anos de denúncias de estupros, abuso sexual, maus-tratos e corrupção de menores que padres desta ordem religiosa com escritórios em Verona, La Plata e Mendoza são processados. Mendonza ainda tem 14 réus divididos entre dois casos, e outras denúncias de abuso no Próvolo de La Plata (60 km ao sul de Buenos Aires) estão sob investigação.
O Instituto Próvolo, em Mendoza, 1.000 km a oeste de Buenos Aires, foi fechado em 2016 após as primeiras denúncias. A instituição tinha como objetivo ensinar crianças com deficiência auditiva ou distúrbios de linguagem.
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