Thiago, centroavante do Maricá, é filho de Zé Romário, treinador de goleiros do Frizão
A Copa Rio de 2019 reserva, logo na primeira fase, um duelo para lá de inusitado, com pai e filho se enfrentando: Thiago, centroavante do Maricá, e Zé Romário, preparador de goleiros do Friburguense. No confronto de ida, empate por 1 a 1 que mantém o panorama em aberto para o segundo encontro.
Zé Romário, aos 46 anos, atua fora da quatro linhas no clube onde é ídolo. Quando jogador, foi um dos goleiros mais importantes da história do Frizão. Chegou a vestir a camisa do Flamengo, além de ter defendido outros times do Rio de Janeiro, como Americano, Aperibeense e Cardoso Moreira, construindo uma caminhada consistente.
Thiago, de 20 anos, vive a primeira grande oportunidade da carreira em um clube profissional. E vem correspondendo bem. Iniciou a temporada no banco do Maricá, mas ganhou a posição de Felipe Cruz e já soma três gols em quatro partidas em 2019.
"Prefiro que seja atacante, com certeza"
Quem vê Zé Romário falando sobre Thiago, percebe facilmente que o pai se orgulha de ver o filho repetindo a mesma trajetória como atleta profissional. Nota-se, também, alívio, já que a escolha foi pela posição de atacante.
- Prefiro que seja atacante, com certeza. A gente sabe das dificuldades da posição de goleiro, às vezes ingrata. Passamos por isso e não queremos que nosso filho passe também. Graças a Deus ele fez a melhor escolha, de ser atacante. Ganha mais e sofre menos - diz Zé, em tom descontraído, para em seguida projetar a sequência de carreira do filho.
- Ele está num bom caminho, é um bom garoto, futuro brilhante, e sabemos do talento que tem, do dom que Deus deu para ele. Desde criança, quando trabalhava na escolinha, com o tio dele, meu irmão, sabíamos do potencial. Cabia a ele tomar essa decisão de seguir o futebol profissional e graças a Deus ele tomou essa decisão esse ano. Espero que sempre consiga sucesso, como está conseguindo no Maricá. Que ele consiga, junto com os companheiros, chegar na B1, que é o objetivo maior do clube. Que ele siga o caminho dele com a graça de Deus.
"Se for para chorar, que chore a mãe dele"
Zé Romário e Thiago não se enfrentam diretamente em campo, mas a situação curiosa é que Zé prepara o arqueiro Afonso, nesta primeira fase de Copa Rio, justamente com a missão de parar Thiago. Se fora de campo prevalece o amor em família, dentro dele cada um defende seu lado com unhas e dentes. É o que garante o preparador de goleiros do Frizão.
- Falei na roda ali: se for para chorar, chora a mãe dele em casa. Eu defendo o meu pão e ele defende o dele. Nessas horas temos que separar o profissionalismo do pai e do filho. Ele vem fazendo gols de cabeça, sabemos que ele entra no primeiro pau, e orientamos bastante nossa equipe, também o Afonso, para ficar ligado, e mesmo avisando ele conseguiu colocar uma bola na trave em um vacilo nosso.
No primeiro embate, Thiago não conseguiu balançar as redes. A segunda chance virá na próxima quarta-feira (26), no duelo da volta. Se marcar, o centroavante já sabe o que vai fazer.
- Tomara que ele chore na quarta-feira, né? Foi bom enfrentar meu pai. Fiquei imaginando em casa como seria fazer um gol. Queria olhar para ele com uma cara meio de deboche (risos). Mas está bom, conseguimos o empate, é agradecer a Deus, descansar, e encarar o jogo domingo. Depois enfrentar eles na casa deles e, se Deus quiser, poder ganhar - disse o camisa 9, que deixa a rivalidade de lado quando fala sobre Zé Romário enquanto pai.
- Sei do profissinalismo dele, da garra dele, da luta dele. Desde pequeno, trabalhou firme. Que eu possa trabalhar do mesmo jeito para alcançar um clube grande como ele alcançou.
Pai e filho seguem se encontrando em casa, no dia a dia, mas o novo embate dentro de campo será na quarta-feira (26), no Estádio Eduardo Guinle, às 15h. Quem vencer segue adiante na Copa Rio. Em caso de segunda igualdade, a definição da vaga será nos pênaltis.
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