A média salarial de R$ 2.261 paga aos profissionais do sexo masculino em 2017 foi 29,72% superior aos R$ 1.743 depositados mensalmente às mulheres, apontou um estudo divulgado nesta quarta-feira (5), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De acordo com a publicação, o cenário de crise econômica ajudou a levar mulheres ao mercado de trabalho. Ainda assim, elas têm uma taxa de participação de 52,7% no ambiente profissional, contra 72,5% dos homens.
A pesquisa indica ainda que nem mesmo a maior escolaridade das mulheres é “suficiente para levá-las à força de trabalho em proporção maior ou similar à dos homens”. No entanto, o nível de instrução aparece com maior influência do sexo feminino no mercado de trabalho.
No ano passado, a taxa de participação das mulheres com ensino superior completo era 2,5 vezes maior que a das mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto. Já entre os homens, os mais escolarizados tinham 1,5 vez mais atuação na economia.
“As desigualdades entre os sexos são atribuídas tanto a práticas discriminatórias no mercado de trabalho, quanto à divisão por gênero das atividades de afazeres domésticos e cuidados”, observa o estudo.
O levantamento do IBGE feito a partir de dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) cita ainda que as mulheres dedicam quase um dia por semana somente com afazeres domésticos. R7
Segundo a pesquisa, as brasileiras passaram, em média, 20,9 horas semanais com afazeres domésticos no domicílio ou em domicílio de parente e/ou cuidados de moradores ou de parentes não moradores ao longo de 2017. Os homens, por sua vez, dedicavam, em média, 10,8 horas a essas atividades.
Os afazeres domésticos também são atribuídos pelo estudo como um dos entraves para a inserção das profissionais do sexo feminino no mercado de trabalho. “Entre as mulheres na força de trabalho potencial indisponíveis para começar a trabalhar, a maioria apresentou como principal motivo para a indisponibilidade ter que cuidar de afazeres domésticos, de filho ou de outro parente”, explica o IBGE.
Outra constatação da pesquisa mostra que entre as 54,6% das mulheres com força de trabalho potencial que não conseguem arrumar emprego a maioria (20,7%) apresentou como principal motivo para a indisponibilidade ter que cuidar de afazeres domésticos, de filho ou de outro parente. O mesmo motivo representou apenas 1,1% das respostas dos homens.
“Tais resultados fundamentam a importância que é atribuída à expansão da rede de cuidados para crianças, idosos e pessoas com deficiência para ampliar a participação das mulheres no mercado de trabalho, o que, por sua vez, poderia implicar em crescimento do PIB e das receitas tributárias do País”, analisa o levantamento. *R7
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