Agências usavam dados de idosos sem autorização para cadastrar chips, segundo relato de ex-funcionário
O esquema de envio de mensagens em massa via WhatsApp pago por empresários em benefício de políticos nas eleições deste ano era feito com base em uso fraudulento de nomes e CPFs de idosos para registrar chips de celulares, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo.
Segundo relato de um ex-funcionário da Kiplix, uma das agências envolvidas, era realizado o cadastro de números com nomes, CPFs e datas de nascimento de pessoas nascidas de 1932 a 1953 (de 65 a 86 anos), que ignoravam o uso de seus dados. Uma vez ativados, os chips eram usados para disparos em massa pelo WhatsApp. Outra irregularidade cometida pelas empresas foi o uso de robôs para disparo de mensagens em massa, algo que é proibido pela legislação eleitoral.
As medidas estão registradas em documentos que foram obtidos pela Folha depois que o ex-funcionário, identificado como Hans River do Rio Nascimento, entrou com uma ação na Justiça do Trabalho contra a agência por condições irregulares de trabalho. Ele chegou a conversar com o jornal sobre as ações de campanha, mas entrou em acordo com a empresa e voltou atrás.
A agência Kiplix foi subcontratada pela AM4, empresa que trabalhou na campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro e à qual o então candidato declarou ao TSE pagamento de R$ 650 mil. Já a equipe do candidato derrotado Henrique Meirelles (MDB) contratou os serviços da agência Deep Marketing e declarou pagamento de R$ 2 milhões à empresa por “criação e inclusão de páginas da internet”. Pelo menos outros 15 candidatos a deputado estadual, federal e senador declararam ao TSE ter contratado os serviços das duas agências.
Nenhum comentário:
Postar um comentário