O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em foto de 17 de outubro. Ele irá tentar um novo mandato nas eleições presidenciais de 2018 (Foto: AP Foto/Ariana Cubillos)
Decreto foi aprovado por unanimidade na Assembleia Constituinte. Presidente Nicolás Maduro irá tentar a reeleição.
A Assembleia Nacional Constituinte, que dirige a Venezuela com poder absoluto, anunciou nesta terça-feira (23) a realização antes do dia 30 de abril das eleições presidenciais, em que o presidente Nicolás Maduro tentará a reeleição.
A Constituinte "acorda convocar para o primeiro semestre do ano de 2018 o processo eleitoral (...) Antes de 30 abril deverá haver eleições na Venezuela para escolher o presidente da República", anunciou o número dois do chavismo, Diosdado Cabello, ao ler o decreto aprovado de forma unânime.
"Estou pronto para ser um candidato", disse Maduro a repórteres após a decisão.
As eleições presidenciais estavam previstas para o fim do ano, mas analistas e opositores advertiam que o governo as adiantaria para aproveitar a crise de credibilidade e divisões sofridas pela oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD).
Cabello confirmou que Maduro será o candidato do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, situação). "Nós não vamos ter problemas, temos apenas um candidato para continuar com a revolução", manifestou, enquanto o plenário cantava: "Nicolás, Nicolás".
"Nós vamos vencer unidos", acrescentou o dirigente, que assegurou que será o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) - acusado pela oposição de servir ao governo - que fixará a data exata das eleições.
O legislador fundamentou a proposta de adiantamento do processo eleitoral como resposta às sanções impostas contra a Venezuela e vários de seus funcionários por parte dos Estados Unidos e da União Europeia, segundo ele com o objetivo de "buscar a mudança de governo".
"Se o mundo quer aplicar sanções, nós aplicaremos eleições (...) Poderes imperiais e poderes fáticos desataram uma campanha sistemática e de ódio contra a Venezuela", acrescentou o influente dirigente chavista da tribuna do hemiciclo parlamentar.
Na segunda-feira, a União Europeia aprovou sanções contra sete funcionários venezuelanos de alto escalão, entre eles Cabello, o que o governo venezuelano qualificou de um "golpe ao diálogo" que manteve desde 1º de dezembro com a MUD na República Dominicana.
Ao justificar sua proposta, Cabello também argumentou que a oposição se retirou do diálogo com "desculpas fúteis", se referindo à ausência da MUD na quarta rodada que estava prevista para quinta-feira passada, e à qual faltou assinalando que chanceleres facilitares não iriam comparecer. Por France Presse
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