Um grupo de procuradores desistiu de participar do Congresso Nacional da categoria por causa da presença de Sérgio Moro na abertura do evento ontem. Quando o nome do magistrado foi confirmado, 72 procuradores municipais assinaram uma nota endereçada ao presidente da Associação Nacional dos Procuradores Municipais para manifestar a insatisfação do grupo – que deixou o local, assim que Moro iniciou a palestra.
A principal queixa dos manifestantes é de que “Moro exerce uma magistratura acusatória, que desrespeita os advogados e a defesa dos réus. A ele, ao juiz da causa, que deveria ser imparcial, só servem as provas que venham a contribuir com a tese dele, que é acusatória. Um juiz não pode ser acusador. Quando ele age dessa forma, ele desrespeita o trabalho dos advogados. Não existe hierarquia, não existe uma superioridade. Não se admite que um juiz mande um advogado calar e boca e mande ele fazer concurso para juiz. Nós não queremos ser juízes, nós queremos ser advogados”, nas palavras da procuradora municipal de Fortaleza Rosaura Brito Bastos.
O quiprocó poderia ter sido ainda mais constrangedor, caso a ideia inicial dos procuradores tivesse sido levada adiante. Eles levaram faixas que planejavam erguer quando Moro iniciasse a fala, mas como foram confiscadas na entrada do evento, restou ao grupo o recurso da vaia e da retirada. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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