O sambista carioca Paulinho da Aba morreu nesta terça-feira (26), aos 72 anos, informou a Escola de Samba Unidos de Vila Isabel, da qual ele fazia parte. A causa da morte não foi divulgada. Figura conhecida no bairro de Vila Isabel, zona norte do Rio, Paulo Roberto Corrêa ganhou o apelido a partir de "Na Aba", que compôs em parceria com Ney Silva e Trambique e ficou conhecida na voz de Martinho da Vila. Paulinho começou a carreira de percussionista -era um exímio pandeirista- tocando com amigos no show das dançarinas mulatas do Casarão de Noel, do empresário Oswaldo Sargentelli, e tornaria-se músico requisitado entre os anos 1970 e 80. Martilho da Vila foi um de seus principais parceiros musicais, com quem trabalhou desde o início dos anos 1970 e quem teria, segundo Paulinho, apresentado-lhe Beth Carvalho em um estúdio. Com a cantora, o sambista nutriu uma prolífica parceria dentro e fora dos estúdios, gravando e tocando em sua banda por três décadas. Foi somente em 2015 que lançou seu primeiro álbum, "Onde o Samba Mora", com obras autorais e participações especiais. Entre suas composições mais conhecidas, além da já citada, estão "Garoa" e "Falam de Mim". "Esse CD foi uma coisa muito grande pra mim, eu estava há muito tempo tentando fazer e não conseguia, inclusive pelo lance de verba, fazer um CD independente", disse em uma entrevista ao programa "Ponto do Samba", da Rádio Nacional do Rio, na época do lançamento. Antes de se dedicar à carreira de músico, Paulinho trabalhou no almoxarifado da Nestlé, respondendo às ordens do ex-árbitro de futebol Arnaldo Cezar Coelho, na época agente comercial da empresa. "Era difícil, o samba não me deixava [entrar no horário do trabalho], eu tocava repique na [escola de samba] Cartolinhas de Caxias, naquela época não ganhava dinheiro", disse o músico na mesma entrevista. Segundo ele, no Carnaval daquela época, ele teria desfilado com dez escolas de samba, entre elas a Vila Isabel, a Mocidade Independente, o Império Serrano, a Salgueiro e a Portela.
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